A

RESENHA CRÍTICA "A VOLTA DO TODO PODEROSO"   
por Vinicius Vieira - vvinicius@hotmail.com 
Clique Aqui e conheça a Equipe Cranik


A VOLTA DO TODO PODEROSO - (Foto Divulgação)

COMPARE PREÇOS DE FILMES. CLIQUE AQUI

CRÍTICA - A VOLTA DO TODO PODEROSO: Em uma conta rápida descobri que pouco mais de vinte por cento dos filmes que eu vi no cinema esse ano são oriundos de um predecessor, desse montante, excluindo “Harry Potter”, que, além de seguir uma “saga”, é um exemplo de cinema de qualidade, todos os outros são verdadeiros caça-níqueis sem propósito de existirem, desde o mediano “Rocky Balboa” até a besteira supervalorizada “Piratas do Caribe no Fim do Mundo”.

O último exemplo é “A Volta do Todo Poderoso”, seqüência do sucesso de 2003, que chega com ares de superprodução, mas que na verdade é mais um daqueles filmes desnecessários, que existem só para colocar mais um pouco de grana nos cofres dos estúdios, que é muito inferior ao primeiro, mas que, no final das contas deve divertir com um humor despretensioso e até certo ponto inocente .

O principal problema dele reside diretamente em ser uma seqüência, em reciclar uma idéia que quatro anos atrás foi novidade, mas que agora perde um pouco da força e do elemento surpresa, mesmo com a maioria dos elementos do primeiro ainda presentes.

Deus (mais uma vez Morgan Freeman em um ótimo trabalho) dessa vez resolve “contratar” o recém eleito para o congresso Evan Baxter (o também ótimo Steve Carrel), que no outro filme é o âncora que disputa o cargo com o personagem principal, para construir um arca antes que a inundação venha, ao melhor estilo Noé, e por pura sacanagem Deus vai fazendo o personagem se transformar, com barba branca e tudo.

Talvez a maior diferença das duas produções, seja o que mais dá certo nesse segundo filme, enquanto no primeiro o personagem de Jim Carrey, Bruce, ganha os poderes de Deus, virando uma pessoa pedante, Evan não ganha nada, apenas uma barba que não dá para cortar, uma fantasia de Noé e a perseguição contínua de todo e qualquer animal que cruza seu caminho, resumindo, ele só ganha problema.

Enquanto Carrey é espalhafatoso e repleto de gestuais, Steve Carrel é cínico, contido e consegue levar o filme nas costas. Desde o começo, com pinta de esnobe que aos pouco vai sendo tomado pela histeria e pela insanidade, para por fim alcançar a sapiência do personagem bíblico, o ator mostra que não é a toa que hoje é umas das coqueluches do humor de Hollywood.

O discurso no congresso, quando ele por fim aceita sua missão, é ótimo, e mostra todo o potencial do ator, ao mesmo tempo que quase não acredita no que está falando, não consegue nem pensar em tentar fazer os outros acreditarem nele, e consegue passar exatamente isso, em um tom meio cínico e sem esperança.

E é exatamente isso mesmo, Carrel leva o filme e consegue tirar água de pedra do roteiro de Steve Oedekerk, que parece não se esforçar em nada, fazendo algo muito aquém do que foi seu roteiro no primeiro, além de diminuir substancialmente o problema, focando quase que apenas um bairro suburbano, apresentando um Deus menos onipotente, muito mais politicamente correto e na moda, se preocupando com o meio ambiente.

Mesmo conseguindo preparar bem toda a situação, começando obviamente com a ironia da situação do personagem principal não suportar animais no inicio do filme, e ainda criando ótimas piadas, como a de Deus no juramento de lealdade no congresso jurando “a mim” (ele mesmo no caso, não eu), ainda peca um pouco em separar o filme por três montagens (seqüências de passagem de tempo com musiquinha de fundo e um personagem fazendo um monte de coisas, vide treino em qualquer “Rocky”), que mesmo dando certa agilidade a tudo, é sempre meio repetitiva.

Diante de tudo isso só sobra para o diretor Tom Shadyac fazer o arroz com feijão funcional do cinema de comédia, e isso ele faz até com uma certa habilidade, só se perdendo um pouco na seqüência final, da inundação onde se sente obrigado em mostrar onde os 175 milhões de dólares foram gastos no filme, e deixa ela um pouco longa demais, criando até um anticlímax.

Mas no final das contas, “A Volta do Todo Poderoso” agrada e faz rir sem escrachos, secreções e afins (tirando o pombinho que teima em se aliviar em cima de todo mundo, servindo até como critica depois de um “e Deus Salve a América”), mas se tudo isso ainda não compensar, o público masculino ainda pode se deliciar com a presença de Lauren Grahan no papel da esposa do personagem principal, isso sim o melhor do filme.

Ficha Técnica
Título Original: Evan Almighty
Gênero: Comédia
Duração: 95 min.
Ano: EUA - 2007
Distribuidora: Universal Pictures / UIP
Direção: Tom Shadyac
Roteiro: Steve Oedekerk 

COMPARE PREÇOS DE FILMES. CLIQUE AQUI

 
Cena do filme A VOLTA DO TODO PODEROSO - Foto Divulgação

FILME:

Ótimo: 
Bom:   
Regular:

Crítico: Vinicius Vieira - Jornalista - vvinicius@hotmail.com

Indique esta matéria para um amigo!

BuscaPé, líder em comparação de preços na América Latina

 

 


© Cranik - A VOLTA DO TODO PODEROSO