CRÍTICA - SONHADORA
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O único problema de Sonhadora (Dreamer) é que seu
final é antecipado na primeira meia hora de
projeção. Não é difícil "sacar" o que aguarda os
expectadores para os próximos minutos do filme.
Tirando a surpresa do final, o filme de John Gatins
e estrelado por Dakota Fanning (A Guerra dos Mundos)
é uma bela sessão da tarde.
A pequena Cale (Fanning) é de uma família criadora
de cavalos para competição que gradativamente está
indo a falência. Seu interesse por cavalos faz com
que o pai (Kurt Russel) salve Sonãdor (sonhador em
espanhol) de ser sacrificada.
É o típico filme que mostra a relação homem x
animal. Então o filme cai na obviedade e segue
rotineiramente igual aos filmes do gênero. Não há
sobressaltos na história e o roteiro está a mercê de
um inevitável final feliz.
O que chama a atenção é a relação que se estabelece
entre pai e filha, tendo a égua como álibi. Embora
piegas, é bonito ver o pai aprender a valorizar os
desejos da filha e aprender - cedendo - a
incentiva-lá, mesmo que ela falhe, pois o que está
em jogo na história é a índole da garota, os valores
a serem desenvolvidos.
Incentivado pelo avô (Kris Kristofferson) e tendo o
apoio da mãe (Elizabeth Sue) a pequena Cale acredita
no impossível e une a família em prol dos seus
sonhos.
Filme Família que pode servir de exemplos para pais
intransigentes e desatentos ao universo e anseio dos
filhos. Não é filme feito para intelectuais e nem "culturetes"
de plantão. É apenas um filme sobre a crença de uma
menina em seus desejos e de um pai que aprende com a
filha e com seu pai a valorizar seus instintos.
Previsível. Água com açúcar. Sessão da tarde. Várias
classificações podem desaboná-los. Mas de vez em
quando é bom ver filmes com finais felizes e longe
da imersão da miséria do dia-a-dia ou nas próprias
palavras da Cale: que mau há acreditar?
Título Original: Dreamer: Inspired by a True
Story Gênero: Drama Duração: 102 min. Ano: EUA - 2005 Distribuidora: Dowtown Filmes Direção e Roteiro: John Gatins