CRÍTICA - VIAGEM MALDITA

CRÍTICA DO FILME "VIAGEM MALDITA"   
por Vinicius Vieira - vvinicius@hotmail.com 
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VIAGEM MALDITA
VIAGEM MALDITA (FOX FILM)

Lema do filme - Quem tem sorte, morre primeiro.

CRÍTICA: VIAGEM MALDITA - Há pouco mais de um ano atrás passeando pela internet li alguma coisa a respeito de um filme de terror francês que vinha fazendo barulho mundo afora, logo depois esse filme acabou “caindo” na minha mão, e eu, como amante do gênero, fiquei extasiado com ele, o filme se chama “Haute Tension” (no Brasil foi lançado a menos de um mês com o título de “Alta Tensão”) e era dirigido por um tal de Alexandre Aja.
Pouco tempo depois, esse mesmo diretor foi contratado para dirigir a refilmagem do clássico de 1977 “Quadrilha de Sádicos” do mestre Wes Craven. Por um lado eu tive aquele medo de quando o assunto é refilmagem, mas por outro, fiquei aliviado pela escolha do diretor.
“Quadrilha de Sádicos” virou “Viagem Maldita” (algo inexplicável já que o original “The Hills Have Eyes” algo como “As colinas tem Olhos” é muito melhor e auto-explicativo) e Alexandre Aja definitivamente ganha projeção mundial, entrando para o grupo de diretores que vem fazendo bonito quando o assunto é terror.
A história continua praticamente a mesma, como presente de 25 anos de casamento o casal resolve juntar toda a família, sem esquecer do casal de cachorros, em um trailer e ir dirigindo até a Califórnia, não sem antes passar pelo deserto do Novo México, a pedido do pai, depois de reabastecerem em um posto recebem a “dica” de um atalho, já nesse novo caminho sofrem um acidente e acabam descobrindo que no meio do deserto cercado de colinas, não estão sozinhos, e que essa companhia está longe de ser amistosa.
Desde o começo do filme fica claro que o diretor Alexandre Aja não está ali para brincadeiras, nos créditos iniciais você já começa a ficar um pouco incomodado com a calma musiquinha temperando uma seleção de imagens meio perturbadoras. O filme começa e esse sentimento continua, e não para de crescer, até a hora que você percebe que toda viagem, assim como a própria família, começam a ruir, e acabar de um modo impactante. O primeiro ataque ao trailer, praticamente igual ao original, é desesperador.
Mas o que vai chamar mais atenção dos amantes do gênero é que o diretor não tem frescura nenhuma quando o assunto é terror, além de sustos muito bem colocados, ele faz questão dos closes mais bizarros e de revirar o estômago, cabeças estouradas, machadadas e por aí vai, mas como no original, talvez o maior terror do filme, venha da situação da família, no meio do nada, cercada de “criaturas”, vendo seus parentes sendo assassinados, e isso é muito bem tratado na imagem do genro que ao final do filme está tomado pela insanidade.
Escrito por Gregory Levasseur e Aja, repetindo a parceria de “Alta Tensão”, o roteiro é hábil e muito bem estruturado, desenvolve muito bens os personagens de um modo fluído, sem forçar situações, dando muita importância ao relacionamento entre eles, e crescendo a história de um jeito quase homeopático, seguindo o original a risca (nada mais óbvio já que “Quadrilha de Sádicos” é referência até hoje nesse sentido), nada de reviravoltas, quando o filme começa você já tem uma certa impressão de como vai acabar, a habilidade está em fazer essa previsibilidade ser interessante, e é isso que eles conseguem.
Minha única decepção está em uma fotografia normal demais, tenho que confessar que esperava algo mais dentro do clichê deserto-saturado, mas isso não chega a incomodar, do mesmo jeito que o elenco, mais para o fraco, mas que é ajudado pela ótima maquiagem e pela direção.
Desde já, “Viagem Maldita” se junta ao “O Albergue” no quesito melhores filmes de terror lançados no Brasil nesse ano, além de Alexandre Aja se juntar a Eli Roth como futuro do terror-sem-frescura no cinema.


Distribuidora: FOX FILM
Direção: Alexandre Aja
Duração: 107 min.
Gênero: Terror
Estréia no Brasil: 30/06/06

VIAGEM MALDITA
Cena do filme VIAGEM MALDITA (Foto Divulgação)

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Crítico: Vinicius Vieira - Jornalista - vvinicius@hotmail.com

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