ENTREVISTA COM O ESCRITOR GERSON LODI-RIBEIRO

O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista o escritor Gerson Lodi-Ribeiro.
 (06/12/09)

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Gerson Lodi-Ribeiro - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Como foi o início da criação do universo ficcional do game Taikodom?

Gerson Lodi-Ribeiro: Em abril de 2004 a Hoplon Infotainment me convidou para visitar a sede da empresa em Florianópolis. Lá eles me explicaram que pretendiam lançar no mercado brasileiro um jogo de ficção científica online com temática futurista, onde os jogadores viajariam pelo espaço interestelar em suas naves, combatendo e estabelecendo relações comerciais. Falaram que queriam elaborar um jogo cientificamente plausível e com um modelo econômico verossímil. Quando souberam que possuo experiência em criar universos ficcionais complexos e autoconsistentes, que sou graduado em astronomia e que possuo experiência militar-naval como Oficial de Marinha, convidaram-me para elaborar a especificação do universo ficcional. Desde então tenho trabalhado na equipe de universo ficcional, escrevendo ficção literária e material de apoio para o U.F.

Ademir Pascale: No mundo dos games ou literatura, existem novos projetos englobando o Universo Taikodom?

Gerson Lodi-Ribeiro: Existem, sim. Diversos projetos. Contudo, por questão de compromisso contratual, não posso falar desses projetos antes que a equipe de comunicação da Hoplon Infotainment os torne públicos.

Ademir Pascale: Depois do game, em abril de 2009, você lançou a obra Taikodom: Crônicas (Devir). Fãs do game também aderiram ao livro? Qual foi a receptividade do público e mídia?

Gerson Lodi-Ribeiro: A receptividade do público ao livro tem sido bastante animadora. Quando fala, até que a mídia tece elogios, mas bem que podia falar mais :) Alguns fãs do jogo aderiram ao livro, sim. A Hoplon ainda está tentando mensurar a dimensão desse conjunto interseção. Contudo, todos nós compreendemos que haverá sempre mais gente jogando o MMORPG Taikodom™ do que lendo os livros e graphic novels do universo ficcional.

Ademir Pascale: Como ex-presidente do Clube de Leitores de Ficção Científica por dois mandatos consecutivos e representante do Brasil em congressos internacionais de ficção científica (1996/1997/1998/2000), no seu ponto de vista, quando e por que a literatura fantástica e os seus subgêneros deram uma tremenda guinada no mercado editorial brasileiro?

Gerson Lodi-Ribeiro: Não creio que se possa atribuir o boom atual do gênero fantástico no Brasil a um único fator. Acho que houve uma conjunção de fatores. Os romances e filmes da série Harry Potter fizeram pela fantasia o que as franquias Star Trek e Star Wars fizeram pela ficção científica décadas atrás. Os romances e livros de vampiros estão fazendo o mesmo pelo horror. Paralelamente a isto, várias editoras de porte médio estão publicando novos romances ou, mais comumente, relançando os clássicos de ficção científica que fizeram sucesso há mais de vinte anos. Há ainda as editoras pequenas e outras, não tão pequenas, decididas a investir nos autores nacionais dos gêneros da literatura fantástica. Todos esses fatores estão atuando juntos para pôr um número sem precedentes de romances, antologias e coletâneas nas estantes que as livrarias dedicam à literatura fantástica em português. Tenho a impressão de que as traduções ainda constituem maioria, porém, de qualquer modo, “nunca antes na história deste país” se viu tantos títulos de autores brasileiros nas prateleiras.

Ademir Pascale: Você está com o romance Xochiquetzal no prelo pela Editora Draco (www.editoradraco.com). A editora já tem data prevista para o lançamento? Se possível, fale um pouco sobre o enredo desta obra para os nossos leitores.

Gerson Lodi-Ribeiro: Pelo que conversei com o Erick e a Janaína da Draco, o Xochiquetzal deve ser colocado à venda ainda este mês, mas os lançamentos oficiais no Rio e em Sampa só deverão se dar em março de 2010, por causa dos feriados de fim de ano, férias escolares, carnaval, etc.
A protagonista e narradora Xochiquetzal é uma princesa asteca educada em Lisboa que, ainda adolescente, é desposada por Dom Vasco da Gama, numa linha histórica alternativa em que Cristóvão Colombo descobriu a América (a Cabrália) sob bandeira portuguesa e os lusos avassalam, mas não destroem, os Impérios Asteca e Inca. Com a América toda para si e o virtual monopólio da navegação oceânica, Portugal torna-se o reino mais rico e poderoso da Terra já no início do século XVI. Contudo, o caminho marítimo para as Índias só é descoberto na terceira década desse mesmo século. Mais tarde, já de volta ao Atlântico, a Armada de Dom Vasco desbarata uma esquadra que os espanhóis enviaram para tomar as colônias americanas de Portugal e então recebe uma missão do Vice-Rei do México para prestar auxílio ao Sapa Inca na guerra civil que ameaça rasgar em dois o mais rico Estado-vassalo de Dom Manuel, o Rei dos Reis.

Ademir Pascale: Quais dicas daria para os novos escritores em início de carreira?

Gerson Lodi-Ribeiro: Essa coisa de dar dicas para os outros é meio complicada. Em primeiro lugar, porque implica assumir, querendo ou não, uma postura de autoridade. Em segundo lugar, cada caso é um caso, cada pessoa um indivíduo.
Mesmo assim, vamos tentar.
O mais importante é ler bastante, não só literatura em geral mas, sobretudo, o tipo de gênero no qual se pretende escrever. Assim o escritor iniciante evitar os riscos de inventar a roda outra vez... e, pior de tudo, quadrada.
Outra coisa importante é desenvolver a disciplina necessária para escrever todo dia ou, se isto não for viável, escrever sempre que possível. Afinal, é clichê, mas convém repetir mesmo assim: “escritor é o sujeito que escreve”.
Também ajuda um bocado se o escritor em potencial puder exercitar a perseverança e a paciência ao lidar com as inevitáveis rejeições iniciais e com as críticas desfavoráveis construtivas, pois é através delas que o escritor se aperfeiçoa. Poucos escritores são verdadeiramente geniais, mas muitos possuem talento. Como sabemos, talento se exercita com a prática constante. Além disso, como diz o ditado: “o que as pessoas chamam de 'genialidade' é composta por 1% de inspiração e 99% de transpiração”.

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Gerson Lodi-Ribeiro: Sempre. Tenho vários livros prontos e um monte de ideias para escrever outros. Tanto no universo ficcional Taikodom quanto fora dele. Romances de ficção científica hard e história alternativa. Tenho a impressão de que 2010 será um ano especial.

Perguntas Rápidas:

Um livro: Way Station, de Clifford D. Simak.
Um(a) autor(a): Harry Turtledove, o papa da história alternativa, pelo conjunto da obra.
Um ator ou atriz: Clint Eastwood. Tanto como ator quanto como diretor.
Um filme: Doze Macacos.
Um dia especial: O dia em que publicar meu primeiro romance. :)
Um desejo: Que todos os subgêneros da literatura fantástica lusófona adquiram cada vez mais leitores e que, em resultado, cada vez mais escritores brasileiros e portugueses de ficção científica, horror, fantasia, história alternativa e ficção alternativa possam ganhar algum dinheiro e, quem sabe, até sustentar suas famílias com os ganhos auferidos de suas atividades literárias.

Ademir Pascale: Deseja encerrar a entrevista com algum comentário?

Gerson Lodi-Ribeiro: Escrever ficção fantástica é a atividade mais divertida e gratificante, mas também a mais difícil e mais desafiadora que posso imaginar exercer. Minha vida não teria a menor graça se fosse diferente. :)

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Xochiquetzal -
Gerson Lodi-Ribeiro

 

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*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com
Entrevistado: Gerson Lodi-Ribeiro.
E nos informar pelo e-mail: ademir@cranik.com  

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