ENTREVISTA COM O ESCRITOR TIM MARVIM

O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista o escritor Tim Marvim.
 (28/02/10)

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 Tim Marvim - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Primeiramente, agradeço pela entrevista. Como foi o início de Tim Marvim para o meio literário?

Tim Marvim: Ao contrário da maioria dos escritores que conheço, não comecei escrevendo poesia, mas contos. Há uns vinte anos, entrei pela primeira vez em um concurso literário, realizado no Paraná. Tratava-se de um concurso de nível nacional e, para minha surpresa, o meu conto acabou ficando em primeiro lugar. Isto foi um grande incentivo para mim, vencer um concurso logo em minha “estréia” literária. Por essa época, eu editava um fanzine de literatura, que enviava a diversos escritores e poetas em todo o Brasil. Era o início dos anos 90, época em que também comecei a escrever meu primeiro romance. Como eu estava apenas acostumado a escrever contos e não conhecia muito bem a técnica específica do romance, levei oito anos para concluir uma obra de apenas 150 páginas. Contudo, foi um excelente aprendizado. Meu segundo romance, com mais de 300 páginas, foi escrito em pouco mais de um ano, pois eu já conhecia melhor o caminho a ser trilhado. Depois deste, escrevi um romance histórico, que demandou imensa pesquisa a respeito das invasões que a cidade do Rio de Janeiro sofreu nos anos de 1710 e 1711 por piratas franceses. Todo o esforço valeu a pena, pois o romance foi o vencedor do Prêmio Manaus de Literatura em 2007, tendo sido publicado pela prefeitura daquela cidade em uma belíssima edição de mil exemplares.

Ademir Pascale: Recentemente, você lançou o romance “666 - Caçadores de Demônios”. Ao ler a obra, percebi o trabalho rigoroso e bem moldado com as pesquisas históricas. Como foi esse processo?

Tim Marvim: As pesquisas históricas são fundamentais neste tipo de romance, pois dão um lastro de credibilidade e verossimilhança à trama. Um escritor que pretende ser levado a sério não pode começar a escrever sem dominar o assunto que escolheu. No caso específico do “666 - Caçadores de Demônios”, levei quase dois anos estudando os templários, as cruzadas, um pouco de Teoria da Conspiração e também as diversas localidades, onde ocorrem as ações do romance. Durante esse tempo, procurei estruturar o enredo da melhor maneira possível e escoimar do texto todas as incoerências. Antes da redação final, fiz uma espécie de rascunho, que me serviu de alicerce e guia. Passei mais de seis meses escrevendo estas anotações e, quando terminei esta etapa, eu já sabia tudo que iria acontecer no romance do primeiro ao último capítulo. Aí foi fácil e redigi o romance em menos de um ano.

Ademir Pascale: Pensa numa continuação para o seu romance ou está com outros projetos em pauta?

Tim Marvim: Você percebeu muito bem e vejo que fez uma leitura atenta do livro. De certa forma, o romance termina com o triunfo das forças do mal e isto não é bom para os padrões conservadores da maioria das pessoas, que esperam que o mocinho derrote sempre o vilão, como acontece nas fitas de Hollywood, se pensarmos em cinema. Este aparente triunfo das forças malignas no “666 - Caçadores de Demônios” foi o gancho que deixei propositalmente para uma futura continuação, onde, aí sim, o herói triunfará. Não posso negar que já estou pensando em escrever a segunda parte do romance, mas tudo dependerá da aceitação da primeira junto ao público.

Ademir Pascale: Como os interessados poderão saber mais sobre você ou adquirir a sua obra?

Tim Marvim: Tenho um blog - 666romance.blogspot.com - onde há muita informação a respeito do livro e também trechos da obra para os leitores degustarem. Nas postagens mais antigas, explico onde ficam as “sete torres do demônio”, lugares exóticos e misteriosos em que Michael, o personagem principal do romance, descobrirá as sete pistas deixadas nestes locais pelos cavaleiros templários. Unidas, elas revelarão “o maior segredo de todos os tempos”. Quem visitar o blog, verá que ele é quase um roteiro de viagem do livro. Os pedidos podem ser feitos diretamente comigo pelo E-mail: timmarvim@ig.com.br (R$ 20,00 com frete já incluso para todo o Brasil).

Ademir Pascale: No meu ponto de vista, acredito que também no de muitos leitores, a sua obra é tão boa quanto O Código Da Vinci, de Dan Brown. Por que você acha que as obras internacionais fazem tanto sucesso no Brasil? Um filme baseado numa obra pode influenciar leitores brasileiros a comprarem livros? Caso sim, nossa realidade está longe de alcançar os primeiros lugares em vendas, como O Código Da Vinci, Crepúsculo, Harry Potter, O Senhor dos Anéis, etc., simplesmente porque não temos condições de fazer megaproduções cinematográficas?

Tim Marvim: As obras internacionais que fazem sucesso no Brasil são as que estão na mídia, aquelas expostas nos melhores locais das livrarias e exibidas nas páginas principais do sites como Submarino, Saraiva, Livraria Cultura, etc. Caso contrário, também não vendem. É claro que qualquer livro, ao ser transformado em filme, ganha uma publicidade fantástica e as pessoas acabam comprando por causa disso. Mas não creio que seja necessário esperar por uma possível filmagem para um determinado romance começar a se vender. No Brasil, em particular, não se vendem livros, vende-se o escritor. Veja o caso do Paulo Coelho. Não quero tratar aqui da qualidade do seu trabalho, mas apenas do produto Paulo Coelho enquanto fenômeno mercadológico. Quando ele era desconhecido, um de seus livros vendeu apenas 900 exemplares e foi devolvido pelo editor, pois estava encalhado nas prateleiras. Depois que ficou famoso, o mesmo livro vendeu três milhões de cópias...

Ademir Pascale: Quais dicas daria para os novos escritores?

Tim Marvim: Ter paciência e perseverança. Inúmeros escritores me dizem que escrevem como falam, pondo em prática aquela velha tese pregada, entre outros, por Miguel de Unamuno. Pois não venham reclamar depois que as pessoas não dão o devido valor a seu trabalho. É óbvio que quem procede dessa maneira acaba trazendo para a língua escrita todos os detritos típicos da modalidade oral da língua. E muitos daqueles que seguem o exemplo do ex-reitor da Universidade de Salamanca não o fazem apenas porque se identificam com o pensamento do mestre espanhol, mas simplesmente porque não possuem o espírito paciente e perseverante que o gênio artístico exige. Querem fazer tudo para ontem, apressadamente, como se a obra de arte fosse latrina de rodoviária, cuja existência estriba-se na urgência e na desocupação rápida. O texto mal escrito, mal meditado e mal corrigido parece que lhes queima os próprios dedos. Esquecidos do conselho de Guimarães Rosa, que dizia para o artista construir pirâmides e não fazer bolinhos, eles preferem comer o bolinho frio do dia ao enorme trabalho de erguer uma obra consistente e duradoura. Segundo Théophile Gauthier, “somente a arte robusta goza da eternidade”. Veja que mais nada restou da grande Grécia além de poucas ruínas. Mas suas obras literárias aí estão, resistentes como bronze. É difícil para um americano entender que seus imensos arranha-céus viverão menos do que Edgar Allan Poe. Dia virá que ninguém mais falará nos panzers alemães, mas Mozart permanecerá no coração dos homens eternamente.
Muitas vezes, toda essa afobação provém do fato de possuir o autor um ego maior do que o próprio talento. Pessoas há que escrevem e posam de escritores apenas para alimentar a própria vaidade doentia, buscando um conforto duvidoso em elogios vazios e, na maioria das vezes, falsos. Mal põem ponto final num texto e já o atiram na cara dos amigos, famintos para receber algumas migalhas de aprovação e louvor. Não são escritores, mas mendigos da pena, que buscam angariar simplesmente o troco reles da glória miúda.

Perguntas rápidas:

Um livro: Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez
Um(a) autor(a): Machado de Assis
Um ator ou atriz: Jack Lemmon
Um filme: O Poderoso Chefão
Um dia especial: Todo dia que acordamos, devemos agradecer a Deus e fazer dele o mais especial possível.
Um desejo: Ver algum de meus romances serem adaptados para o cinema.

Ademir Pascale: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Tim Marvim: Gostaria de agradecer a oportunidade que você me deu e terminar esta entrevista com as palavras de Schopenhauer: “Nada é mais fácil do que escrever de modo que ninguém compreenda, como nada é tão difícil quanto exprimir idéias importantes em linguagem acessível a todo o mundo”. Seguindo este conselho do notável filósofo, procurei escrever o romance “666 - Caçadores de Demônios” na linguagem mais simples possível. Creio que consegui e espero que, ao lerem o livro, os leitores se divirtam tanto quanto eu me diverti ao escrevê-lo.

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666 Caçadores de Demônios - Tim Marvim

 

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*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com
Entrevistado:  Tim Marvim.
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