ENTREVISTA COM A ESCRITORA LAURA ELIAS

O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista a escritora Laura Elias.
 (14/07/10)

CONHEÇA O LIVRO O DESEJO DE LILITH. CLIQUE AQUI

 

Laura Elias - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Como foi o início de Laura Elias para o meio literário?

Laura Elias: Eu sempre tive muito jeito e muita facilidade para escrever e para inventar coisas. Antes de saber ler, eu contava histórias que tirava sabe Deus de onde e acabava deixando a família louca com isso. Com nove anos comecei a escrever pensamentos, frases, pequenos poemas. Aos 14 fiz um livro e depois comecei a fazer poesias mais longas, enfim, escrevia de tudo um pouco. E lia feito louca, lia compulsivamente e gostava de comentar o que havia lido, conversar sobre os livros e tudo. Hoje, olhando para trás, entendo porque eu era vista como esquisita, estranha e tudo mais. O interessante é que eu nunca imaginei que pudesse ser escritora. Escritores sempre foram deuses para mim, estavam em algum lugar lá longe, inalcansáveis, na estratosfera...
Profissionalmente a coisa começou em 2005, quando fiz um livro-teste para a Mythos, que pretendia lançar uma linha de romances de banca. E só fiz este teste porque o Gevaerd, proprietário da revista UFO, me indicou. Na época eu era articulista da Revista e o Geva várias vezes comentou sobre esta facilidade que eu tenho para escrever. Quando ele soube desta oportunidade, me indicou e a coisa rolou.

Ademir Pascale: Você foi tradutora voluntária na Revista UFO e posteriormente articulista. Como foi essa experiência na revista?

Laura Elias: Olha, Ademir, foi uma das experiências mais enriquecedoras da minha vida. Tive a oportunidade de conhecer gente de todo tipo, desde pessoas de inteligência e conhecimento brilhantes, até outras completamente malucas. Também aprendi muito sobre assuntos que normalmente não teria pesquisado, como geologia, astronomia, física newtoniana e quântica, psicologia, neurologia, biologia, etc. A ufologia, para ser ufologia de verdade e não vomitação de asneiras, requer conhecimento na hora de analisar os acontecimentos e uma parcimônia muito grande na hora de falar ou escrever sobre qualquer assunto. E pessoalmente foi enriquecedor de uma forma que vai além das definições.
Por questões profissionais acabei me afastando da área, mas continuo lendo sobre todos estes assuntos que citei acima.

Ademir Pascale: Você já publicou várias obras, dentre elas Laços do Passado, Tristin Michey e o Mistério do Dragão Dourado, Crepúsculo Vermelho, Lua Negra e vários outros. Entre todos esses títulos qual mais lhe marcou e por quê?

Laura Elias: Eu escrevi 35 livros e todos eles, de alguma forma, são marcos na vida e eu gosto de todos, mas é inegável que estes livros atuais, a trilogia do Red Kings, virou minha perspectiva em relação ao que eu faço. Principalmente por ser sobre um assunto que nunca me interessou, que são os vampiros. Como o tudo mais que fiz na vida, quando aceitei escrever esta história, fui pesquisar sobre o assunto, ver do que, afinal, se tratava este mito tão antigo e que exerce tanto fascínio nas pessoas. E o resultado foi que acabei inventando uma coisa muito diferente, mais próxima da realidade e sem tanta morbidez e sanguinolência. Não achei que o livro fosse “pegar” como pegou e que fosse justamente uma história de vampiros que colocasse meu nome em evidência. Crepúsculo Vermelho virou um marco por isso. Sem dúvida é o livro mais popular e de melhor vendagem que já escrevi até hoje e que me fez realmente “vestir” a escritora de forma definitiva.

Ademir Pascale: Você já assinou as suas obras com vários pseudônimos, como Loreley Mackenzie, Sophie H. Jones, Suzy Stone, Laura Brightfield e Elizabeth Carrol. Por que tantos pseudônimos?

Laura Elias: Por ignorância minha e da editora a respeito do mercado de romances de banca. Eu nunca li este tipo de literatura e a editora conhecia pouco o mercado em que iria atuar. No começo eram dois pseudônimos: Loreley Mckenzie e Sophie H. Jones, mas depois de algum tempo a Mythos achou que seria legal inventar outros e aí sugiram Laura Brightfield, Suzan Stone, etc. No caso da Elizabeth Carrol, a editora quis surfar nas ondas do Harry Potter e mais uma vez não quis colocar um nome brasileiro na capa. Isso mudou quando começamos a linha de livrarias e eu passei a usar meu nome verdadeiro.
Hoje eu soube que há quatro textos inéditos sendo trabalhados para publicação. Estes textos, originariamente, seriam publicados com pseudônimos, mas agora sairão assinados com meu nome.

Ademir Pascale: Na sua opinião, você acha que a onda vampírica no Brasil terá vida curta ou longa?

Laura Elias: Vampiros existem há milênios, embora não da forma como os conheçamos hoje e continuarão existindo por muito tempo ainda, porque eles são a representação de partes profundas e mal resolvidas do inconsciente humano. A onda talvez passe, mas os vampiros não. Sempre teremos literatura e filmes sobre o assunto. Não tem jeito, algumas coisas permanecem além dos modismos. Vampiros são uma delas.

Ademir Pascale: Como foi a receptividade dos leitores com a sua obra Crepúsculo Vermelho (Mythos)?

Laura Elias: Foi maravilhosa. Eu achei que seria um livro apenas para adolescentes, mas me enganei redondamente, o público adulto também está curtindo a história. O livro está vendendo muito bem, está sendo muito comentado e a história agradou mesmo. Eu só posso estar feliz, né?

Ademir Pascale: Poderia contar um pouquinho pra gente sobre a sua recente obra Lua Negra?

Laura Elias: Lua Negra mergulha no passado obscuro do pessoal da banda e revela algumas coisas que eles prefeririam que não fossem trazidas à luz. Há o crescimento de alguns personagens que no primeiro livro foram apenas apoio de trama, além de criaturas ancestrais, muitos vampiros, muito sangue e a transformação da personagem principal, que passa por muitas situações impensáveis e horrorosas.

Ademir Pascale: E como está a expectativa para o terceiro volume da série Red Kings, intitulado provisoriamente de Luz na Noite?

Laura Elias: Estou escrevendo. Creio que será um livro mais volumoso e muito mais denso também, porque o segundo volume termina já começando o terceiro, então ainda tem muita coisa pra contar.
Está dando um trabalhinho razoável, mas está indo...

Ademir Pascale: Poderia dar algumas dicas para os jovens que estão ingressando no meio literário?

Laura Elias: Primeira coisa, se a pessoa já fez seu livro: registre! Veja lá no site da Biblioteca Nacional como se faz isso (é barato) e faça. Nunca envie um texto sem registro para ninguém. Com o texto registrado, começa a busca por editoras. Hoje há vários selos que editam por demanda, o que é interessante caso a pessoa não consiga uma editora. E, claro, mandar texto para várias editoras, sempre tendo em mente que o processo é demorado mesmo e que nem sempre seu texto será lido. A internet também é uma ótima ferramenta de divulgação, então faça um blog, divulgue no orkut, twitter e tudo mais que tenha chance. Quando mais visibilidade, mais oportunidades virão.
Para quem está começando a escrever e pretende seguir o caminho literário, eu sempre aconselho ler muito, mas muito mesmo, porém ler com olhos de escritor. Observar como as tramas são feitas e desenroladas, como os autores desenvolvem e descrevem os personagens, como são colocadas as surpresas de cada livro. E também escrever bastante. Acima de tudo escrever é prática, quanto mais faz, melhor e mais fácil fica.
Se você me permite, eu gostaria de deixar aqui uma outra dica que diz respeito à maneira de tratar leitores e pessoas que podem ajudar o autor a se tornar conhecido: seja gentil e seja educado, atenda todo mundo da mesma forma, pouco importa se é um elogio, uma crítica, um comentário. Gentileza abre muitas portas e faz bem ao coração, pratiquem.

Ademir Pascale: Como os interessados deverão proceder para saber mais sobre você e os seus livros?

Laura Elias: Bem, eu tenho um site (www.lauraelias.com.br) e três blogs. O meu pessoal www.lauraelias.blogspot.com, o da trilogia do Red Kings (www.crepusculo-vermelho.blogspot.com) e um outro, onde divulgo autores brasileiros que é o Letras Brasileiras (www.letras-brasileiras.blogspot.com). Podem também mandar mail para contato@lauraelias.com.br, ou me procurar no Skoob (http://www.skoob.com.br/usuario/54924)

Perguntas rápidas:

Um livro: O Poder do Mito – Joseph Campbell
Um(a) autor(a): Isaac Asimov e Jane Austen (adoro os dois)
Um ator ou atriz: Johnny Depp
Um filme: Matrix (o primeiro)
Um dia especial: Nossa, tenho vários!
Um desejo: Auto-conhecimento (coisa mais difícil do mundo)

Ademir Pascale: Deseja encerrar a entrevista com mais algum comentário?

Laura Elias: Eu gostaria de agradecer a oportunidade desta simpática entrevista e pedir a todos que dêem mais oportunidades aos autores brasileiros. Leiam, conheçam, divulguem, tem muita gente boa de verdade para agradar a todo tipo de público. E também aproveito a oportunidade para agradecer o carinho dos leitores e a interação gostosa que há entre nós. Acho que nada agrada mais a um escritor do que poder conversar e conhecer as pessoas que viajam em suas histórias. Obrigada!

CLIQUE SOBRE A CAPA
 
Lua Negra e Crepúsculo Vermelho - Laura Elias

 

© Cranik

*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com
Entrevistada:  Laura Elias
E nos informar pelo e-mail: ademir@cranik.com  

Indique esta entrevista para um amigo! Clique Aqui      

 


© Cranik - 2003/2010