ENTREVISTA COM ANA PAULA BERGAMASCO

O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista Ana Paula Bergamasco.
 (27/03/12)

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Ana Paula Bergamasco - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Como foi o início de Ana Paula Bergamasco para o meio literário?

Ana Paula Bergamasco: Acho que começou com os concursos de poesias na minha escola primária, onde eu compunha e declamava. Escrever sempre foi um hobby, um alívio nos momentos de tensão. Utilizo-me da escrita como forma de construção, desabafo, análise, crítica, estudo. Ou seja, um sem número de razões.

Ademir Pascale: Você escreveu um romance intitulado “Apátrida”, baseado na 2ª Guerra Mundial. Como foram as suas pesquisas para construir este livro?

Ana Paula Bergamasco: A pesquisa começou ainda na graduação de direito, na área de direitos humanos. Posteriormente, dediquei-me a analisar e estudar o tema não restrito a esta área, mas como um fenômeno global (político, social, filosófico). Filiado ao meu interesse em escrever um romance, que conquistasse o coração das pessoas para o problema das guerras. E a Segunda Guerra foi particularmente triste e desoladora. Escrevendo, foram longos quatro anos.

Ademir Pascale: No livro você aborda mais sobre o massacre dos poloneses do que dos judeus. Por quê?

Ana Paula Bergamasco: Poderia dizer que a Polônia quase que praticamente sumiu do mapa em termos de estrutura de Estado e principalmente referente ao seu povo. A narradora, ainda, é polonesa. Mas discordo da afirmação que abordei mais o massacre dos “poloneses” do que dos “judeus”. Foquei no drama da guerra. No desrespeito humano. Na ausência de consideração mínima aos direitos de outro. Direitos básicos como à vida. E também é redundante dizer que o massacre polonês, também foi judaico. Milhares de judeus mortos eram poloneses (quase a totalidade destes, além de franceses, alemães, italianos, etc.). Aliás, devemos nos conscientizar que esta separação (a pessoa é judia (ou muçulmana, ou seja lá qual outra raça ou religião) primeiro, em conflito com a nacionalidade) é odiosa por si: ou acreditamos na estrutura do Estado, em que uma pessoa faz parte, independentemente de raça, credo, cor, status social, ou não aprendemos nada com a Segunda Guerra. Morreram judeus (através de uma perseguição terrível e atroz), católicos, espíritas, ateus, entre outras religiões, de muitos países. Não há diferença, para mim, a origem da pessoa.

Ademir Pascale: Poderia comentar sobre a escolha do título “Apátrida”?

Ana Paula Bergamasco
: Irena, a personagem principal, nasce numa família pobre, mas estruturada. Num país alicerçado minimamente. Aos poucos, um por um de seus direitos são aviltados, amesquinhados, retirados, até o extremo. A condição de Apátrida, até a metade do século XX, era de uma pessoa sem reconhecimento de direitos por parte dos Estados. Ao fim, lhe é retirado tudo, deixando-lhe apenas a vida. Portanto, Apátrida foi a síntese das dores relatadas, não só dela, mas de muitos dos personagens.

Ademir Pascale: E como está sendo a receptividade dos leitores com o livro?

Ana Paula Bergamasco: Apátrida foi finalista do Prêmio SESC de Literatura de 2009. Por força disto, apostei em publicá-lo. Surpreendi-me. A ótima recepção da obra, pelo público, foi a melhor recompensa que poderia ter. Ainda me impressionam as belas resenhas que leio, os elogios que recebo, e, principalmente, o entusiasmo que demonstram para que eu continue escrevendo. Recebi o Codex de Ouro 2011, como melhor livro drama. Mas a cada carta que recebo dos leitores, confesso, para mim é um prêmio.

Ademir Pascale: Você encontrou barreiras para publicar este seu romance?

Ana Paula Bergamasco: Sim. Mas barreiras não são para serem ultrapassadas? Publiquei minha obra em parceria com uma editora pequena. Foi uma atitude pensada. É difícil uma grande editora apostar num trabalho de um escritor iniciante. Elas recebem inúmeras obras diariamente. Como se decidir entre todo aquele material? Não deve ser fácil. Aguardar seria uma das possibilidades. Mas preferi o júri popular, sobre o meu trabalho, rs. E, para isto, precisei fazer a publicação paga.

Ademir Pascale
: E o que você diz sobre o livro que produziu em parceria com Marcos Bulzara, intitulado João e Maria?

Ana Paula Bergamasco
: Foi um trabalho interessante. O Marcos é um escritor maduro, inteligente. O livro dele, Arquiteto do Esquecimento, possui o tema sobre a Segunda Guerra como pano de fundo. A escrita dele é próxima da minha. Fazíamos parte do mesmo grupo de escritores: o Selo Brasileiro. Apostamos em algo diferente: uma comédia romântica a quatro mãos. Foi divertido escrever. Rápido (o rascunho do livro foi feito em 40 dias). Tivemos que dialogar, trocar roteiros, experiências. E o livro é um sucesso de vendas e de receptividade pelos leitores. Enfim, aprendi bastante.

Ademir Pascale: Quais dicas você daria para os autores em início de carreira?

Ana Paula Bergamasco
: Aprimorem-se. Não desistam. Escrever é uma dádiva. O mercado é difícil. Mas nada na vida é fácil. E quanto mais dificuldades possuímos, mas aprendemos, crescemos, evoluímos.

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Ana Paula Bergamasco: Há tantos projetos, mas me falta tempo. Faço parte do Selo brasileiro, onde temos uma pauta de compromissos (www.selobrasileiro.com). Estou concluindo os créditos do doutorado em direito, além do meu trabalho como advogada e professora. Comecei a escrever um outro livro sobre a Segunda Guerra, que está adormecido. Atualmente, estou escrevendo um livro solo, nos meus momentos vagos. Um drama. E tenho dois outros projetos embrionários em parceria: uma comédia e um livro policial.

Ademir Pascale: Como os interessados poderão saber mais sobre você e suas obras?

Ana Paula Bergamasco
: Poderão acessar meu blog, que estará no ar a partir de 29 de março de 2012 (www.anapaulabergamasco.blogspot.com), lá haverá um resumo dos meus livros, atualidades, debates e novidades. Também, poderão saber sobre Apátrida no www.apatridaolivro.blogspot.com e João e Maria em www.livrojoaoemaria.blogspot.com – Neste último blog, os livros estão em promoção. Basta clicar em comprar.

Perguntas Rápidas:

Um livro: Crime e Castigo - Dostoievski
Um(a) autor(a): Cada autor possui sua singularidade. Admiro todos.
Um ator ou atriz: Fernanda Montenegro
Um filme: E o vento levou
Um dia especial: Há muitas datas especiais na minha vida. Mas vou citar duas: 28 de outubro de 2007 e 27 de novembro de 2001. Nestas, eu atingi o céu.

Ademir Pascale: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Ana Paula Bergamasco: Agradeço-lhe a oportunidade, Ademir. Convido os leitores a conhecer o meu trabalho nos blogs acima, como também a seguir-me no @anabergamasco. É gratificante o interesse atual da nossa juventude e dos blogs literários pelo trabalho dos escritores brasileiros. Envio, aos leitores, um abraço apertado de gratidão.

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Apátrida - Ana Paula Bergamasco

 

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*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com - www.twitter.com/ademirpascale
Entrevistada: Ana Paula Bergamasco
E nos informar pelo e-mail: ademir@cranik.com  

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