ENTREVISTA COM A ESCRITORA NEYD MONTINGELLI
O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale"  entrevista a escritora Neyd Montingelli
 (30/05/13)

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Neyd Montingelli - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale:
Como foi o início de Neyd Montingelli para o meio literário?

Neyd Montingelli:
Em 2007 Eu queria colocar em livro algumas receitas, modo de fazer queijo e um pouco da minha história com as cabras e o leite. A Editora 5 Continentes aceitou minhas ideias e aprovou o meu livro, sem custos. Foi interessante e gratificante receber impresso um trabalho que era só meu.

Ademir Pascale:
O trabalho na Caixa Econômica Federal, onde trabalhou até se aposentar, rendeu o livro "Memórias de um caixa da Caixa". Poderia falar mais sobre esta obra?

Neyd Montingelli:
Este foi o mais divertido e que rende conversas compridas até hoje. São relatos do cotidiano do meu tempo de caixa, os divertidos episódios com clientes e colegas. Cada vez que acontecia alguma coisa inusitada, eu sempre dizia: “quando me aposentar, vou escrever um livro contando isso”. E foi o que fiz. Afinal, cliente e colega de banco é muito criativo.

Ademir Pascale:
Poderia destacar um trecho deste livro especialmente para os nossos leitores?

Neyd Montingelli:
Um dos colegas estava saindo para comprar lanche e perguntou o que os outros queriam. Cada um fez a encomenda e deu o dinheiro. A minha vizinha de guichê, sempre de regime, pediu: “Traga uma coisa grande, barata e que não engorde”. E entregou uns míseros trocados para ele. Na volta, o danado foi entregando pastel para um, cachorro quente para outro, (cheirinho bom), empadinha para outro. E lá vem a ansiosa, faminta: “E o meu?” Ele entrega um enorme embrulho de jornal contendo um REPOLHO e diz com a cara mais feliz, já empreendendo fuga: “É grande, barato e não engoooorda”.

Ademir Pascale:
Você também é autora do livro "Receitas para minha filha que vai Casar", obra da qual achei bem interessante, pois você elaborou inicialmente um manuscrito que seria para sua filha que casou. Conte pra gente como foi toda essa história e o que os leitores encontrarão neste livro.

Neyd Montingelli:
Quando minha filha estava para casar ela pediu que eu fizesse um arquivo no computador com as receitas das comidas que ela gosta. Comecei a escrever e a cada receita eu ficava preocupada, pois esta filha (e todas as filhas desta geração) não sabe cozinhar, então eu não poderia simplesmente escrever a receita, teria que explicar timtim, por timtim. Assim fiz. Não satisfeita, pensei, além de não saber cozinhar, ela (e as outras) também não vai saber lavar essa panela em que cozinhou. Então fiz um capítulo ensinando a lavar a louça. Depois, veio: e a geladeira? Outro capítulo: Como limpar a geladeira e o freezer. E assim foi. Ficou comprido o arquivo. Afinal, a gente cria a filha para nós, não pensa que ela vai ter a vida dela, não vai ter a mamãe perto e isto é um erro. Com o livro, tentei colocar as dicas de como cuidar da casa e dos afazeres domésticos, cumprindo essas tarefas ela mesma ou dando ordens para uma empregada ou diarista, pois coloquei até um capítulo de como comandar uma funcionária, caso ela trabalhe fora. Por isso que no título do livro tem um complemento: Para a cozinha e para a vida. Além das receitas coloquei algumas dicas de relacionamento com a sogra e com o marido. Eu quero sempre que o casamento seja: Felizes para sempre.

Ademir Pascale:
Você teve um Laticínio e se especializou em queijos e derivados finos com o Leite de Cabra, o que resultou também na criação do livro "Culinária com produtos Caprinos". Fale mais sobre este livro e para quem você o indicaria.

Neyd Montingelli:
Quando fiz este livro a intenção era compartilhar o que aprendi com a criação de cabras e com o meu trabalho no Laticínio. A Editora aceitou o meu livro e fez a edição sem custos para mim, o que agradeço profundamente. É uma pequena amostra do que tenho para dividir com as pessoas. Quem gosta de carne, leite e queijos de cabra encontra 74 receitas fáceis. Coloquei também algumas receitas de fabricação de queijos caseiros e falo do começo da minha história com as cabras. O leite de cabra é nutritivo, saboroso, mais digestivo e com indicações até médicas para auxiliar na recuperação de convalescentes, idosos, pessoas com problemas digestivos e crianças. O queijo tem sabor diferenciado e na Europa é requisitado nos melhores pratos.

Ademir Pascale:
"Sangue é Sangue & outras histórias", é sua coletânea de quatro contos que fala sobre família e pessoas comuns. Qual foi a sua principal inspiração para a criação desta obra?

Neyd Montingelli:
Minha mãe foi a maior incentivadora para que eu começasse a gostar de ler crônicas, romances, contos principalmente os de Aghata Cristie. Eu acordo com histórias e personagens novos povoando a minha mente. Tenho que colocar no computador e tranformar em uma trama, tenho que dar nomes e fazer o cenário senão eu não sossego. Como tenho vários contos em andamento, tive que pedir a ajuda do editor para a escolha. O conto que deu o nome ao livro é o mais forte dos 4, “Sangue do meu sangue”, e foi de um sonho que tive. Acordei com a trama toda pronta. Fui direto ao computador e escrevi a sinopse. Depois foi só descrever os personagens, o cenário e começar a escrever. Adorei escrever esse.

Ademir Pascale:
Poderia destacar um trecho de "Sangue é Sangue & outras histórias" especialmente para nossos leitores?

Neyd Montingelli:
- Ô Dona, pode me dar um remédio para essa dor nas minhas costas? Um analgésico qualquer. Já faz uns 4 dias que eu tô assim. Antes eu tomava pinga e passava, agora não adianta mais. A minha barriga fica dura. – Jakeline fala com a voz melosa pela embriaguez e abre o vestido deixando à mostra a barriga proeminente de menina grávida e muito magra.
Cecília quase desmaia. Ela não tinha visto que a moça estava grávida. Sentiu-se culpada por deixar que ela bebesse toda aquela cachaça enquanto comia! Pensou que poderia ter deixado que ela entrasse para comer na cozinha, pensou outras coisas...
- Oh meu Deus, aquela barriga. Perdoa-me. Que inveja. Eu queria ter aquela barriga. Oh Meu Deus, por que, por quê? – Os pensamentos de Cecília mereciam censura.
Coloca a mão sobre a barriga da moça e leva um susto.
- Jakeline! Você está tendo contrações.Você está bem?Você tem que ir a um médico!
Começa a chover mais forte, raios e trovões lá fora deixam tudo um caos. A casa fica sem energia novamente.

Ademir Pascale:
O livro "Crianças Roubadas", que também é uma coletânea de quatro contos, parece seguir o mesmo ritmo de "Sangue é Sangue & outras histórias". Como foram suas pesquisas para criar este livro?

Neyd Montingelli:
No ano passado, eu já estava cansada em receber tantos e-mails e de ver posts com msgs de crianças desaparecidas. Como não compartilho nada sem verificar a procedência e a veracidade das informações, eu levava um tempo enorme fazendo pesquisa nos sites da Polícia e daqueles de farsas da internet. Sempre fiz questão de devolver a informação correta aos amigos, para que eles não ficassem levando para frente uma mentira, o que é na maioria das vezes. Muitas vezes liguei para os telefones de contato para saber se a criança já havia sido encontrada, mandei e-mails, mas nunca recebi resposta. Só os verdadeiros casos de desaparecimento são aqueles que constam nos sites da Polícia. Fiquei pensando naquelas famílias, que buscam seus filhos e em como seria um final diferente e fiz um conto assim. Depois vieram os outros. As histórias poderiam ser de qualquer caso verídico que já aconteceu no mundo, pois os bandidos são criativos e usam de toda astúcia para ludibriar a polícia e a vigilância dos pais para conseguir roubar, comprar ou fazer os negócios sujos com as crianças. Eu li histórias terríveis de crianças roubadas, vendidas, trocadas pelo mundo todo. Conversei com diversas pessoas a respeito e fui até o SICRIDE que é o órgão que faz a investigação de crianças desaparecidas em nosso estado. No dia do lançamento distribuí as cartilhas do João Esperto, que foi idealizada pelo SICRIDE para as crianças da rede Pública ou para qualquer entidade que solicitar. Esta cartilha ensina a criança a proteger-se de pessoas mal intencionadas. Todo cuidado é pouco e as famílias devem ficar atentas. Eu deixo um alerta no livro:
“Protejam seus tesouros”.

Ademir Pascale:
Como os leitores deverão proceder para adquirir seus livros e para saber mais sobre Neyd Montingelli?

Neyd Montingelli:
Através do meu site www.neydmontingelli.com.br qualquer pessoa pode entrar em contato comigo, mandando um e-mail. Terei o maior prazer em responder.

Perguntas Rápidas:

Um livro:
Jesus o Cristo
Um(a) autor(a):
Aghata Christie
Um ator ou atriz:
Sean Connor
Um filme:
O segredo do Abismo
Um dia especial:
Hoje

Ademir Pascale:
Deseja encerrar com mais algum comentário?

Neyd Montingelli:
Sim. Todos deveriam escrever. Para si mesmo, para os filhos, para os netos, para os sobrinhos, para o amor, para alguém. Escrevam em um caderno, qualquer coisa, os sonhos da noite anterior, os desejos para o futuro, as lembranças do passado, as receitas que mais gostam, o amor que sentem por alguém ou por algum animal. Só quando escrevemos expomos a melhor parte que temos. Se vamos deixar alguém ler é outra história. Vamos fazer como Scarlet O’Hara em E o vento levou: “Amanhã eu penso nisso”.
 

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Crianças Roubadas - Neyd Montingelli

 

© Cranik

*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com - www.twitter.com/ademirpascale
Entrevistada: Neyd Montingelli
E nos informar pelo e-mail: ademir@cranik.com  

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