ENTREVISTA COM A ESCRITORA MARIANA PORTELLA
O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale" entrevista a escritora Mariana Portella
 (18/04/15)

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Como foi o início de Mariana Portella no meio literário?

Mariana Portella: Como meu pai é escritor (O professor, crítico literário, ensaísta e membro da ABL Eduardo Portella)., desde muito cedo convivi com livros, pelos quais me apaixonei imediatamente. Meus pais sempre me incentivaram muito, mas nunca me forçaram a nada.

Ademir Pascale: Você é autora da obra "O outro lado da sombra" (Rocco). Poderia comentar?

Mariana Portella: Antes de escrever e publicar "O outro lado da sombra", eu me dediquei à vida acadêmica. Foi durante o doutorado que comecei a escrevê-lo. Nessa época, surgiram vários questionamentos sobre o futuro de uma forma geral.

Através de Soren, o protagonista e narrador de "O outro lado da sombra", somos convidados a realizar uma incursão pelo poético, pelas encruzilhadas do pensar e, sobretudo, pelos envios e desvios do humano. Soren, mais que protagonista da trama, é um personagem-questão. O turbilhão, melhor, a ânsia que o acompanha é também a nossa. Mas a ânsia que atormenta e apavora não está fora, e sim dentro.

Ademir Pascale: Para quem você indicaria o seu livro?

Mariana Portella: Eu indico "O Outro Lado da Sombra" a todas as pessoas de sensibilidade e que estejam dispostas a enfrentar os desafios de uma narrativa cujo cenário oscila, como disse a escritora Nélida Piñon, autora do prefácio, "entre a magia civilizatória e um voluntarioso niilismo". Ou seja, todos aqueles que se interessam pelas peripécias da existência humana e que não dissociam viver e pensar.

Ademir Pascale: Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores?

Mariana Portella: "Mas se Deus no ano zero tivesse dito a mim, assim como a todos os outros homens: ”Sim, depois da morte há algo”, o que seria da humanidade? Não sei a resposta, mas sei com certeza que teria tolhido a mim e aos outros a possibilidade de pensar, de criar mitos, lendas; teria abortado a fantasia, a criatividade, a arte, isto é, tudo aquilo que de mais belo o homem, desde que existe, criou, deu vida, partindo justamente da escuridão".

Ademir Pascale: Segundo uma crítica sobre " O outro lado da sombra" que a jornalista Ronize Aline teceu para O Globo, você trabalha uma linguagem que transborda imagens. Poderia comentar?

Mariana Portella: Talvez isso se deva ao fato de eu apreciar o cinema e os quadrinhos, duas artes essencialmente visuais. Entendo que a linguagem é um espaço plural, um edifício com várias janelas. Cada janela pode ser uma imagem diferente.

Ademir Pascale: Como os interessados deverão proceder para adquirir um exemplar de "O outro lado da sombra"?

Mariana Portella: O livro está à venda fisicamente na maioria das livrarias do país. Ou pode ser adquirido através dos seguintes sites: Livraria Cultura - Americanas - Travessa - Submarino - Livraria da Folha - Fnac - Rocco

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

Mariana Portella: Tenho trabalhado em um novo romance. Mas é melhor falar sobre isso depois que tiver algo concreto. E tenho escrito contos.

Perguntas rápidas:

Um livro: "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis (livro nacional) / "Absalão, Absalão!", de William Faulkner (livro estrangeiro)
Um(a) autor(a): Edgar Allan Poe
Um ator ou atriz: Eva Green
Um filme: ...E o Vento Levou
Um dia especial: Um Natal em família

Ademir Pascale: Gostaria de encerrar com mais algum comentário?

Mariana Portella: Penso que a principal função da literatura e da arte é questionar. E esse meu romance de estreia tem como tema os questionamentos de um jovem.

E quero terminar esta entrevista citando a frase final do filme Diário de uma Garota Perdida (filme esse dirigido por G. W. Pabst e estrelado por Louise Brooks): "Com um pouco mais de amor, ninguém na Terra jamais se perderia".