ENTREVISTA COM O ESCRITOR JOSÉ EWERTON NETO
O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale" entrevista o escritor José Ewerton Neto
 (21/12/15)

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José Ewerton Neto - Foto Divulgação

ENTREVISTA:

Ademir Pascale: Poderia contar para os nossos leitores como foi o seu início no meio literário?

José Ewerton Neto: Comecei como muita gente fazendo poesia e meu primeiro livro publicado chamou-se Estátua da Noite, quando tinha 18 anos. Mais tarde ganhei um prêmio de poesias com o livro Cidade Aritmética, que foi publicado em 1995, mas a minha produção literária se intensificou no gênero de narrativas com dois livros de contos, três novelas e um de crônicas. No próximo ano sairá mais um livro de contos, também premiado em concurso.

Ademir Pascale
: Você é autor do livro "O oficio de matar suicidas" (Arte Pau Brasil / Escrituras). Poderia comentar?

José Ewerton Neto: O livro O oficio de matar suicidas, partiu da ideia um tanto bizarra de alguém que, marginalizado pela sociedade, e sem coragem de se matar, tem o impulso de resolver seus problemas financeiros se propondo a abreviar suicidas em potencia sem coragem para tanto. As propostas oriundas de potenciais candidatos se sucedem e a visão da personalidade corrompida de alguns desses personagens no auge do sucesso social, faz aflorar no personagem a obsessão pelo ofício de matar, sem gerar uma satisfação íntima no indivíduo apesar do sucesso financeiro repentino. Aos poucos o matador se defronta com um mistério policial que ele precisa solucionar e que parte dele mesmo.

Curiosamente, a editora destaca na contracapa do livro dois casos reais acontecidos na vida brasileira de natureza semelhante aos descritos na narrativa e posteriores à concepção do livro.

Ademir Pascale: Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores?

José Ewerton Neto: Escolho aleatoriamente um pequeno trecho da fase inicial da sina do personagem quando ele ainda está se iniciando no oficio que escolheu:

Era uma coroa, Amália, de uns quarenta e tantos anos, mas provavelmente quarenta anos de fila do SUS, desses que custam a passar. Não era rica.
- Sabe por que quero morrer?
Receei ofendê-la, por isso respondi.
- Não.
- Eu matei um homem.
Percebi que ela falava “um homem” com certo orgulho.
- Por quê?
- Era o meu marido.
- Bem... – não completei a frase. Ia dizer que eu não estava ali para fazer uma investigação policial, que esse não era o meu ramo. Ela insistiu.
- Era um excelente marido.
- Hum, hum.
- Oh, como eu o adorava! Mas...
Resolvi participar do jogo. Fazer a pergunta que ela aguardava.
- Vá lá, então por que o matou?
- Oh, por que me pergunta isso? Você não tem pena de mim? Serei forçada a responder. Que vergonha para mim! Ele era homossexual.
- Desde o começo ou depois de conhecê-la? – Não pude controlar as palavras. A pergunta saiu sem pensar.

Ademir Pascale: Se você fosse escolher uma trilha sonora para "O oficio de matar suicidas", qual seria?

José Ewerton Neto: Não sei se ao longo de todo o filme, mas para determinados momentos de tensão da narrativa, quando o personagem descarrega seu revólver após desenvolver uma crescente aflição em relação ao que inconscientemente vai fazer, talvez o Bolero, de Ravel, caísse bem, quando a melodia eleva e acelera o tom de seus acordes.

Ademir Pascale: Como os interessados deverão proceder para adquirir o seu livro?

José Ewerton Neto: O livro está sendo oferecido na Arte Pau Brasil e na Cia. dos Livros, pela Internet e em breve estará nas livrarias principais. Em São Luís, onde moro, já está nas bancas de revista e nas livrarias.

Ademir Pascale: Existem novos projetos em pauta?

José Ewerton Neto: Um livro de contos O que dizem os olhos, premiados pela FunC ( Fundação cultural da Prefeitura de São Luis) , sairá no próximo ano, editado pela referida Instituição.

Perguntas rápidas:

Um livro: Dos lidos mais recentemente. “Fala Memória”, de Vladimir Nabokov. Lidos, há mais tempo “Don Quixote de la Mancha”, de Cervantes.
Um (a) autor (a): Dentro do gênero policial (de O oficio de matar suicidas): Lawrence Block , Peter Robinson e Stieg Larsson
Um filme: “A primeira noite de tranquilidade” e o faroeste “Shane”
Um dia especial: Qualquer dia é especial. Se não é tem que ser, porque a vida do ser humano é muito curta.

Ademir Pascale: Deseja encerrar com mais algum comentário?

José Ewerton Neto
: O tema do livro é aparentemente mórbido e complexo, mas a narrativa é leve, como foi apontado por críticos a respeito das primeiras edições. Sendo assim, confio em que os leitores sentirão prazer com a leitura.  

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O Ofício de Matar Suicidas - José Ewerton Neto

 

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*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Editor e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale - ademir@cranik.com - www.twitter.com/ademirpascale
Entrevistado: José Ewerton Neto.
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