JANE AUSTEN, THIBAUDET E UM RETRATO DA BURGUESIA
DO SÉC. 18
Nascida em 16 de dezembro de 1775, a britânica Jane
Austen, foi uma das figuras mais importantes da
literatura inglesa, juntamente de William
Shakespeare. Filha de um sacerdote, teve sete
irmãos, destacando sua irmã mais velha "Cassandra",
que foi a autora do único retrato conhecido de Jane
(o quadro se encontra na galeria nacional de arte de
Londres).
Jane foi a autora de celebres romances, dentre os
quais “Razão e Sensibilidade” (1811); “Orgulho e
Preconceito” (1813); “Emma” (1815) e “Persuasão”
(1818). Não precisamos ter "olhos atentos" para
identificarmos uma obra de Jane Austen, pois todas
carregam incrível sensibilidade, além do retrato
detalhado da burguesia da época.
Jane Austen Retratada pela irmã, Cassandra
Hoje discutiremos mais sobre as obras "Orgulho e
Preconceito" (foto) e "Razão e Sensibilidade", que
foram adaptadas para o cinema. Estes dois longas são
incrivelmente semelhantes, retratando a vida de
meros camponeses e burgueses da época. A
simplicidade é o destaque dos enredos, e as
narrativas são absolutamente admiráveis.
Em "Orgulho e Preconceito", foi criada uma atmosfera
para que o espectador fosse levado ao mundo da
protagonista Elizabeth Bennet (Keira Knightley). O
ambiente do longa é indescritível, minuciosamente
trabalhado e rico em detalhes.
O filme inicia-se com a bagunça de uma casa com
cinco garotas virgens não muito prendadas, algo para
repulsa de qualquer família nobre, principalmente
para os pretendentes. Naquela época, era
imprescindível uma mulher saber bordar, tocar piano,
cantar e pintar, além de outras tarefas do
cotidiano, como escrever poesias e ler contos, algo
que a protagonista, não dominava - Elizabeth Bennet
era uma terrível pianista - e, falando em pianista,
a música do enredo é interpretada por um dos maiores
pianistas do mundo, Jean-Yves Thibaudet.
Foto Divulgação
Agora relaxe um pouco e ouça Thibaudet clicando aqui
(só não se esqueça de retornar e terminar a
leitura).
Retornando ao longa-metragem "Orgulho e
Preconceito", encontramos vários planos através de
janelas, significando os véus da percepção, uma
espécie de mensagem subliminar (notamos as
personagens através das janelas da sua própria
percepção). A idéia do diretor Joe Wright foi de
fazer um longa mais subjetível possível.
"A energia que você sente como diretor, filmando uma
cena como essa, é a melhor sensação do mundo. A
adrenalina é incrível.", disse o diretor Joe Wright
ao filmar uma dança envolvendo quase todos os atores
e dezenas de figurantes, sendo que a maioria eram
realmente habitantes do local, sem nenhuma
experiência em frente as câmeras.
Tanto os livros como os filmes baseados nas obras de
Jane Austen são indicados nas universidades,
principalmente para os cursos de Letras e História.
Confesso
que fiquei indeciso entre alguns temas para compor
este especial para o Portal Cranik, até que em
uma cinzenta tarde de quinta-feira, ao ouvir Thibaudet, decidi-me por Jane Austen.
Conforme dito anteriormente, a autora também teve
adaptado para as telas seu romance "Razão e
Sensibilidade" (foto), em filme que carrega
praticamente as mesmas características de "Orgulho e
Preconceito". Ambos têm finais felizes,
diferentemente da vida da autora, que morreu
solitária em 28 de Julho de 1817. Acredito que um
grande amor e uma vida feliz era tudo com que Jane
Austen sonhava, deixando transparecer nitidamente,
em suas obras, seu simples desejo.
Foto Divulgação
Se um dia você for à Inglaterra, não se esqueça de
visitar a casa-museu de Jane Austen, a qual foi sua
última morada, tendo vivido no local entre 1809 e
1817 com sua irmã preferida, Cassandra, e com sua
mãe.
Além de alguns contos, Jane deixou dois romances
incompletos: "The Watsons” e “Sanditon".
Para encerrar, uma dica: assista abaixo à incrível
homenagem recebida pela autora Jane Austen,
intitulada Becoming Jane Austen.
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Austen
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autora Jane Austen
Filme: Becoming Jane (2007)
(Becoming Jane, EUA/ Reino Unido, 2007)
Sinopse: Cinebiografia da escritora Jane Austen
(Anne Hathaway) e seu romance com um jovem advogado
irlandês Tom Lefroy, antes da fama. Seu
relacionamento com ele a inspira na criação de
personagens para seu mais famoso romance, Orgulho e
Preconceito.
Gênero: Drama
Direção: Julian Jarrold
Elenco: Joe Anderson, Jessica Ashworth, Maggie
Smith, Julie Walters, Anne Hathaway, James Cromwell,
Laurence Fox, Anna Maxwell Martin, James McAvoy,
Chris McHallem, Lucy McKenna, Donald O'Farrell
Site Oficial:
becomingjane-themovie.com
Livro: Orgulho e Preconceito
Um retrato fiel, divertido e inteligente da
sociedade inglesa do início do séc. XIX. Os
costumes, o amor, a condição da mulher, os
preconceitos e o casamento são abordados de maneira
simples e engenhosa neste livro, considerado uma das
primeiras comédias românticas da história e uma
obra-prima da literatura universal. Tradução de
Paulo Mendes Campos.
Editora: Ediouro
Ano: 2007
Edição: 1
Número de páginas: 156
Livro: Razão e Sensibilidade
Depois da morte do pai, as irmãs Marianne e Elinor
Dashwood perdem toda a herança para um meio-irmão.
Sem dote, têm poucas chances de fazer um bom
casamento. Marianne (a sensibilidade) apaixona-se à
primeira vista por um homem que não é tão leal
quanto imagina. Elinor (a razão) gosta de alguém com
quem não pode se casar.
Editora: Best Seller
Ano: 1997
Edição: 1
Número de páginas: 304
Crítico: Ademir Pascale é crítico de cinema,
ativista cultural, escritor, administrador e criador do portal Cranik
www.cranik.com e do projeto de inclusão social
e cultural "Vá ao cinema!". Contatos para matérias
em Jornais, Sites ou Revistas, e-mail: ademir@cranik.com