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RESENHA CRÍTICA "O EX-NAMORADO DA MINHA MULHER"   
por Vinicius Vieira - vvinicius@hotmail.com 
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O EX-NAMORADO DA MINHA MULHER - (Foto Divulgação)

CRÍTICA - O EX-NAMORADO DA MINHA MULHER: Isso é fato, qualquer comédia que em sua história conta com algum personagem deficiente, já antes de estrear faz barulho, mas a verdade é que na maioria das vezes esse tipo de humor negro, quando bem feito dá muito certo, e os irmão Farrely estão ai para provar isso, desde o menininho cego tapeado com o passarinho morto em “Debi & Loide”, passando por qualquer outro deles, que sempre conta ou com um irmão com problema mental em “Quem Vai Ficar com Mary” e até os irmão siameses em “Ligado em Você”.

O segredo talvez seja cercar a situação de um absurdo tão grande que isso não ofenda tanto quanto pode parecer, fazendo com que seja impossível você não rir desse tipo de piada, já que ela vem acompanhada de qualquer outra insanidade do próprio roteiro.

De certo modo, o trailer de “O Ex-Namorado da Minha Mulher” mostrava que esse poderia ser o caminho que o ele tomaria, mas resolve tomar um outra, quase se levando a sério e dando de cara com o muro.

Dirigido pelo desconhecido Jessé Perete, o filme conta a história de Tom Reilly (Zach Braff) e Sofia Kowalski (Amanda Peet), ele pulando de emprego em emprego e ela uma bem sucedida advogada, mas tudo muda quando o primeiro filho nasce e o marido acaba aceitando um cargo na agencia de publicidade do sogro. Chegando na nova cidade, Sofia começa a descobrir que a vida de mãe em tempo integral pode não ser o que ela procurava, enquanto o marido, em seu novo trabalho tem que enfrentar a disputa cega com o tal personagem do título, Chip Sanders (Jason Bateman) que mesmo em uma cadeira de rodas consegue fazer a vida do novato um inferno.

Tirando o fato do grande oponente do filme ser um deficiente físico, o resto do filme é como milhões de outras comédias românticas, com o personagem principal no final tendo que disputar o coração de sua própria mulher com um personagem sem escrúpulos que faz todo mundo acreditar que o bonzinho da história não presta. Mas a cadeira de rodas teria que mudar tudo isso, e ainda tomar o cuidado para não ofender ninguém, isso, o roteiro de David Guion e Michael Handelman faz, só esquecem que essa situação teria que ser o centro do humor do filme.

Além de demorarem um pouco demais para colocarem os personagens na ação, em certos momentos do filme praticamente esquecem da existência do personagem, e descambam para um drama quase existencialista (“não sei se essa é minha vida”, “meu lugar não é aqui”), chato e que parece não fazer parte do mesmo filme.

O filme ainda peca grandiosamente em ser covarde, Chip Sanders é, como dizem, mau que nem o Pica-Pau, maquiavélico, egocêntrico, inescrupuloso e sem dó nenhuma do personagem central, resumindo, um inimigo nato, mas que no final é quase redimido, como que tentando mostrar que ele nunca poderia ser cadeirante e mau ao mesmo tempo.

É como se o filme tentasse se livrar de qualquer piada de mau gosto que possa ter cometido, tentando mostrar que a existência de uma deficiência física redimisse a pessoa de qualquer maldade que possuísse, como se dissesse: (Spoiler) “olha, vocês estão vendo, ele não tem problema nenhum, portanto não estamos usando sua deficiência física para que ele seja mau e sim o contrário”(Fim spoiler), mas a verdade é que isso quebra um pouco o clima do filme, já que o espectador já se acostumou a adiá-lo não por ser deficiente, e sim por ser uma pessoa facilmente odiável.

“O Ex-Namorado da minha Mulher” só não se afunda mais pelas ótimas atuações, principalmente de Jason Bateman, cínico e caricato e Amanda Peet, linda e conseguindo passar uma sinceridade incrível, principalmente quando se mostra entediada.

Nesse assunto ainda só é preciso lembrar do desperdício de Mia Farrow, no papel da sogra, que claramente poderia elevar um pouco o filme, já que no pouco que ela aparece mostra uma ótima personagem, sempre com um tom esquizofrênico e amalucado, mas que se resume a duas ou três aparições no filme inteiro.

Com certeza quem entrar no cinema não vai sair ofendido por qualquer piada, pelo contrário vai até se divertir um pouco, mas com certeza vai se decepcionar com um final politicamente correto demais, que até incomoda.

Ficha Técnica
Título Original: The Ex
Gênero: Comédia
Duração: 90 min.
Ano: EUA - 2007
Distribuidoras: The Weinstein Company / MGM / California Filmes
Direção: Jesse Peretz
Roteiro: David Guion e Michael Handelman  

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Crítico: Vinicius Vieira - Jornalista - vvinicius@hotmail.com

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