QUARTETO
FANTÁSTICO E O SURFISTA PRATEADO - (Foto Divulgação)
QUARTETO FANTÁSTICO E O SURFISTA PRATEADO
CRÍTICA - QUARTETO FANTÁSTICO E O SURFISTA
PRATEADO:
Se uma das regras mais antigas do cinema fala que
toda seqüência é um passo para trás em relação ao
seu predecessor, outra regra está aparecendo em
Hollywood: toda seqüência de adaptação de quadrinhos
é melhor que seu primeiro filme, e “Quarteto
Fantástico e o Surfista Prateado” não é uma exceção.
A explicação para isso é fácil, enquanto no primeiro
há a necessidade de se perder tempo preparando e
apresentando toda a mítica dos personagens, da
segunda para frente, o negócio é jogar o público já
dentro da história, dentro da ação e, nos dias de
hoje, dentro dos efeitos especiais.
Criados pela Weta Digital (empresa que Peter Jackson
criou para sua trilogia do anel), o caráter digital
do filme da maior família dos quadrinhos é com
certeza seu ponto principal, e só ele já vale a
entrada do cinema, desviando assim totalmente a
atenção da, mais uma vez, fraquíssima direção de Tim
Story, que parece ainda não conseguir criar um filme
grandioso, mesmo com as boas cenas de ação, que com
certeza impressionam muito mais pelo uso dos efeitos
digitais.
É preciso também não ser injusto com o roteiro de
Don Payne e Mark Frost, que com certeza está muito
melhor que o primeiro, principalmente por aproximar
muito mais os personagens de suas contra-partes dos
quadrinhos, exagerando um pouco no humor isso é
verdade, mas pelo menos tirando um pouco eles dos
problemas das ruas de Nova York e lhes dando um
inimigo a altura, cósmico, como nos quadrinhos
criados pela dupla de ouro Stan Lee e Jack Kirby, o
Quarteto Fantástico agora tem o destino do Planeta
em suas mãos, ao mesmo tempo que ainda precisa
conviver em família, as vezes uma missão muito mais
difícil.
No filme, agora os quatro, mais populares que nunca,
enquanto se preparam para o casamento de Reed
Richards e Sue Storm, para os leigos, Senhor
Fantástico e Mulher Invisível, acabam ainda dando de
cara com uma espécie de alienígena que chega a Terra
criado pânico.
Depois da impressionante perseguição do Tocha Humana
(aquela mesma que aparece do Trailer), descobre-se
que a criatura é nada menos que um arauto de
Galactus, uma espécie de destruidor de mundos, e que
o Surfista Prateado está sim preparando o planeta
para ser o próximo alvo de seu mestre, e como já é
de se esperar o Quarteto Fantástico é a última
esperança, e os únicos que podem impedir o
extermínio.
Se o Quarteto é o único que pode salvar a Terra, o
Surfista com certeza salva o filme, totalmente
criado por computação e com a voz de Lawrence
Fishburne, o personagem está impecável, totalmente
idêntico ao visual dos quadrinhos, além da alta
profundidade psicológica (coisa difícil em um filme
claramente leve), e ainda mostra onde foram parar os
130 milhões investidos no filme.
De todas as adaptações da Marvel nos últimos tempos,
“Quarteto Fantástico” continua sendo a pior, que
menos conseguiu explorar os heróis vindos dos
quadrinhos, mas com certeza sua seqüência dá um
passo muito maior em direção aos mutantes e ao
amigão da vizinhança.