CRÍTICA - SOB O EFEITO DA ÁGUA

Crítica Especial do Filme "SOB O EFEITO DA ÁGUA" 
por Marcelo Hailer - marcelo.hailer@gmail.com  
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SOB O EFEITO DA ÁGUA - (Foto Divulgação)

SOB O EFEITO DA ÁGUA

CRÍTICA: SOB O EFEITO DA ÁGUA - Quando nos colocamos a nadar, seja numa piscina, mar ou lago, nos libertamos debaixo da água, o silencio, a respiração, o controle do corpo, a introspecção, quando dela saímos voltamos ao mundo das relações, cotidiano, trabalho, enfim, voltamos à vida fora da água.

Trace (Cate blanchet) é uma ex-usuária de heroína, passou os últimos quatro anos de sua vida a se limpar, trabalha numa locadora e almeja montar uma lan house em sociedade com o seu patrão mas, por conta do passado não consegue empréstimo dos bancos, está fora da água, manter-se afastada das drogas mas, como todos nós, num momento de sua vida tem de lidar com os fantasmas de seu antigo cotidiano, pessoas amigas que ainda permanecem no mundo da escravidão química.

Seu melhor amigo, Lionel, é um deles, companheiro das madrugadas sem dormir, personagem que vive preso no passado glorioso como jogador de Rugby, já teve uma relação com a mãe de Tracy, Janelle, que o culpa pelo vício da filha. Sempre que os dois se encontram, Tracy e Lionel, ele fica a lembrar dos momentos vividos, pois, o presente é triste e medíocre demais para ser comentado.

A todo o momento Tracy vive assombrada pela vontade de voltar a usar heroína, o trabalho do diretor Rowan Woods com a câmera e as imagens desconexas nos dá essa ânsia por uma dose mais, apesar de tudo, Tracy se mantém firme, balançar-se-á quando o ex-namorado e também ex-adicto, Jonny, ressurge, a sua calmaria desaparece, a abstinência volta, ela já não consegue mais se concentrar, há muitos sentimentos em jogo, os dois tentam se entender, porém negócios espúrios irão surgir. Como se manter limpo numa realidade onde todos parecem querer ficar presos em momentos mortos?

O filme é denso, as personagens carregadas, Cate Blanchet nos passa toda essa angustia de forma singular, grande atriz. Outra excelência do filme é o roteiro (Jacqueline Perske), aqui não interessa a droga em si, o cinema já mostrou diversas histórias sobre, o foco é o pós-droga, como voltar a viver, manter-se na linha, um emprego fixo, como lidar com um irmão envolvido com tráfico, como recuperar aquela dignidade já perdida, a confiança dos próximos, enfim, o filme relata vidas dilaceradas que buscam os cacos de si espalhados por todos os cantos, a busca do eu que na sarjeta ficou perdido. Apesar de todo esse clima “down”, o filme, que é uma produção independente da Austrália, de forma aberta se encerra, com uma busca pela esperança de uma vida melhor de todas as personagens. Entrar no inferno é fácil, difícil é dele sair.

Título Original: Little Fish
Gênero: Drama
Duração: 114 min.
Ano: Austrália - 2005
Distribuidora: First Look Pictures Releasing/Pandora Filmes
Direção: Rowan Woods
Roteiro: Jacqueline Perske
Site Oficial: www.littlefishmovie.com 


Cena do Filme SOB O EFEITO DA ÁGUA (Foto Divulgação)

Filme:

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Crítico: Marcelo Hailer - Jornalista - marcelo.hailer@gmail.com

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