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FILME "SUNSHINE - ALERTA SOLAR"   
por Vinicius Vieira - vvinicius@hotmail.com 
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SUNSHINE - ALERTA SOLAR - (Foto Divulgação)

 SUNSHINE - ALERTA SOLAR

CRÍTICA - SUNSHINE - ALERTA SOLAR: A verdade é que Kubrick e seu “2001” não só deixaram um legado no cinema como também dificultaram, e muito, o trabalho de qualquer diretor que quisesse se aventurar na ficção científica, ainda mais se o coitado resolver fazer toda ação do filme passar dentro de uma nave.

Ridley Scott soltou um Alien sedento por sangue dentro de uma nave e conseguiu não ser comparado a “Odisséia no Espaço”, o mesmo aconteceu com Paul W.S. Anderson em seu ótimo “Enigma do Horizonte”, mostrando sua “nave-mal-assombrada”.

Infelizmente o inglês Danny Boyle não conseguiu se distanciar tanto assim com seu “Sunshine”, e foi prejudicado, principalmente pela espera que ele criou nas pessoas. Algo que iria mudar a história do cinema acabou se mostrando apenas como uma ótima opção do gênero, e, não adianta, a expectativa pode destruir qualquer filme.

A produção segue a risca toda a fórmula das ficções mais recentes, mostrando um futuro, não muito distante, apocalíptico onde o sol começa a se apagar criando uma nova era glacial na terra a única esperança da humanidade é a nave Icarus II (a primeira se perdeu anos antes), que tem a missão de levar uma “bomba” do tamanho de Manhatan para explodir no meio do astro que dá nome ao nosso sistema e assim fazer com que retome toda sua força.

Obviamente, depois de alguns problemas eles acabam encontrando a Icarus I, e são obrigados a ir ao seu encontro, situação que acaba pondo toda missão em risco.

Danny Boyle faz um filme consistente, que mesmo se entregando a muitos clichês, não perde o rumo, criando uma história que te envolve na maioria do tempo, seja por uma reviravolta bem colocada, seja pelo apelo visual que o diretor explora primorosamente, por mais que teime em alguns momentos, mostrando demais alguns detalhes inúteis da tecnologia da nave, de resto apresenta imagens inspiradas, sempre com um tom perturbador, escuro, criando um ótimo contraste com o sol, não é a terra que está no escuro e sim a humanidade que não consegue olhar diretamente para para a luz.

Junto com o diretor, o roteirista Alex Garland (que já fez “A Praia” e “Extermínio” com Boyle) mostra que fizeram muito bem a lição de casa, fazendo do filme uma grande colagem de elementos da ficção científica que deram certo (é bom dar uma chance de achar que tudo não foi falta de imaginação, e sim um modo de homenagem), além da tripulação prontinha para morrer, onde você de cara até desconfia qual vai ser a ordem das despedidas como em “Alien”, o computador central onipresente e onipotente que mais cedo ou mais tarde vai entrar em conflito com a tripulação, quase um Hal feminino, a presença quase mística do sol, perturbando os astronautas, como o planeta do clássico russo “Solaris”, e até, por que não, a nave-fantasma Icarus I como em “Enigma do Horizonte”.

Mas a verdade é que o diretor consegue sintetizar muito bem isso tudo sem deixar nada espalhado.

Provavelmente, muitos vão sair das salas de cinema reclamando de “Sunshine”, mas com um pouco de mente aberta o filme é uma ótima diversão, e do mesmo jeito que “A Praia” e “Extermínio”, que foram bem execrados na época de seus lançamentos, mas que ganharam qualidade a cada ano que se passou, “Sunshine” daqui a um tempo será muito apontado como uma das melhores ficções científicas dessa época, com razão.

Título Original: Sunshine
Gênero: Ficção Científica
Duração: 100 min.
Ano: Inglaterra - 2007
Distribuidora: 20th Century Fox Film Corporation
Direção: Danny Boyle
Roteiro: Alex Garland
Produção: Andrew Macdonald
Fotografia: Alwin H. Kuchler

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Crítico: Vinicius Vieira - Jornalista - vvinicius@hotmail.com

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