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FILME "VENTOS DA LIBERDADE"   
por Vinicius Vieira - vvinicius@hotmail.com 
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VENTOS DA LIBERDADE - Foto Divulgação

VENTOS DA LIBERDADE

CRÍTICA - VENTOS DA LIBERDADE: De todas as pseudos-certezas do cinema, poucas são realmente verdade, e uma delas é que o festival de Cannes premia o cinema mundial, aquele que não precisa de altos índices de bilheteria para se consagrar, a palma de ouro vem a cada ano sendo dada para um exemplo de cinema, no melhor sentido da palavra.

Às portas do festival desse ano, acaba de chegar por aqui nos cinemas, o grande vencedor do ano passado, “Ventos da Liberdade”, dirigido pelo inglês Ken Loach, é um exemplo de que um filme com um assunto forte e político, mas cheio de poesia visual e um lirismo impressionante.

Em uma Irlanda, no começo do século XX, ainda dominada pelo Inglaterra, um grupo armado aparece como sendo a única frente contra a opressão britânica e a única esperança para um povo que anseia pela independência.

O grupo em questão é o Exercito Republicano Irlandês, mais conhecido pela sua sigla IRA (Irish Republican Army) e que até hoje ainda dá as caras em noticiários de vez em quando, por motivos pouco gloriosos, mas que no seu começo, era um bando de jovens que apenas tentavam levar o melhor para seu país e seu povo.

E é desse mundo que Damien (Cillian Murphy) tenta fugir e se tornar um médico em Londres, mas acaba sendo impedido pela sua própria consciência, quando desperta para o problema, quando ele bate em sua porta e o faz sentir a dor, o futuro médico então dá lugar a mais um soldado em busca da libertação.

O filme não se prende em documentar a história e se preocupa em mostrar quem fazia ela, Damien embarca em um conflito muito maior do que pensava, seu irmão Teddy, um dos lideres do IRA, e seus amigos de infância são obrigados a fazer de suas vidas, muito mais que apenas um dia após o outro.

Com um roteiro inspirado, de Paul Laverty, “Ventos da Liberdade” não só mostra o conflito pela independência da Irlanda, mas aos poucos vai colocando os antes jovens amigos guerrilheiros em lados opostos até o momento em que tudo se divide e ingressam em uma guerra civil.

Belíssima como poucas produções, além explorar ao máximo as belas paisagens do país, ainda somos presenteados com uma história lírica, emocionante e forte, que se prende em mostrar toda linha entre a primeira cena, onde dois times de jovens, quase sem preocupações, se degladiam em um jogo de hockey na grama (ou algo parecido, não sei o nome do esporte), e o final onde a grama dá lugar ao mundo, e os tacos dão lugar as armas.

Mesmo com um elenco nada conhecido, apenas Cillian Murphy pode ter sido visto por aí, e mediano, o resultado é forte e verdadeiro, cru em certos momentos, criando uma emoção quente e que definitivamente fisga o público.

“Ventos da Liberdade” é uma ótima oportunidade para se conhecer um cinema impecável, que faz questão de dizer um pouco mais do que está simplesmente na tela, fazendo você não só pensar a respeito da história do filme, mas também, repensar um pouco o nível do que é bom no cinema atual.

Título Original: The Wind that Shakes the Barley
Gênero: Drama
Duração: 127 min.
Ano: Inglaterra/Espanha/Alemanha/Itália/França/Irlanda - 2006
Distribuidoras: IFC First Take/California Filmes
Direção: Ken Loach
Roteiro: Paul Laverty
Site Oficial: www.thewindthatshakesthebarley.co.uk


Cena do filme Ventos da Liberdade - Foto Divulgação

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Crítico: Vinicius Vieira - Jornalista - vvinicius@hotmail.com

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