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RESENHA CRÍTICA DO FILME "XXY"   
por Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema -
e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br
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XXY  -  (Foto Divulgação)

CRÍTICA - XXY -  XXY (2007) é o primeiro longa-metragem da diretora Lucía Puenzo. Passou recentemente na 31° Mostra Internacional de Cinema e o no 15° Festival Mix Brasil de Cinema e Vídeo da Diversidade Sexual. O filme sobre a jovem Alex é o candidato oficial da Argentina a uma vaga para o Oscar de 2008. Caso seja indicado, você ouvirá falar muito dele.
Coincidentemente Lucía é filha de Luís Puenzo, que conquistou um Oscar de filme estrangeiro em 1986 pelo drama político “A história oficial”. Caso esteja entre os cincos finalistas, suas chances são grandes. XXY é um relato seco e poético sobre os indivíduos hermafroditas.
Alex é uma garota de 15 anos, que vive reclusa com os pais num vilarejo no Uruguai, a base de remédios para inibir o surgimento de suas características masculinas. Os problemas da protagonista afloram na tela quando a linha tênue que separa como ela se vê no espelho, seus desejos sexuais e o que os pais querem para ela, são rompidas.
Ao receber a visita de um casal de amigos com um filho adolescente, Alex e sua família vêem seus dramas pessoais serem desnudados com o passar dos dias. Lucía escreveu um roteiro enxuto, sem sentimentalismos que retrata uma adolescente arisca e machucada.
O olhar feminino para a questão dos gêneros sexuais e da ambigüidade que há no feminino/masculino nos oferece um denso contato com a realidade das pessoas que tem que se decidir que sexo querem ter. A figura do pai (Ricardo Darín) tem um tratamento especial, pois é ele que percebe que talvez a “filha”, seja no fundo um filho.
Assunto difícil, tratamento sensível, temática pertinente, realizada sem sensacionalismo ou pieguice. A adolescente que interpreta Alex, conserva a delicadeza do feminino, mas sabe expor na tela a agressividade do mundo masculino. Um achado, sem tais características Lucía talvez não conseguisse um resultado tão verossímil.
O filme recebeu o Prêmio da Crítica no Festival de Cannes de 2007, e fez a platéia do Mix Brasil – composto em sua maioria por gays e simpatizantes – sair muda do cinema. Sem apontar saídas, sem dar respostas prontas, que soariam chulas e/ou moralista, Lucía nos propõe um mergulho na sexualidade adolescente, potencializada pela ambigüidade física dos sexos.
XXY é uma bela película argentina. Indispensável e necessário. Já estou na torcida que o filme alcance projeção em virtude do Oscar e que entre em circuito nacional – não há previsão. Não Perca!

  FILME:

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Crítico: Rodolfo Lima - Jornalista, ator e crítico de cinema - e-mail: dicaspravaler@yahoo.com.br

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