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Entrevista com Emmanuel Fraga
O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale Cardoso" entrevista o Filósofo e Prof. Emmanuel Fraga
(28/10/04)

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Ademir: Olá Emmanuel Fraga, agradeço em nome dos usuários do cranik por ceder essa entrevista. Primeiramente, eu gostaria de saber um pouco sobre você, onde trabalha, qual função exerce e etc.

Emmanuel: Meu nome é Emmanuel Moreira da Fraga, sou licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e especialista de Informática na Educação pela Universidade Castelo Branco (UCB-RJ). Ministro aulas de Filosofia no ensino médio em uma escola estadual e exerço o cargo de coordenador da disciplina em outro, além de ser responsável pela cadeira de Internet na Educação na UCB-RJ. Apesar de ter diversos cursos de informática, prefiro dizer que sou um webdesign autodidata como a maioria.

Ademir: Como foi o início do site Filônet: http://www.filonet.pro.br  ?

Emmanuel: O site foi criado inicialmente como um veículo alternativo as minhas aulas no Ensino Médio. Começou como todo site educativo: visual nada atraente, alguns links afins (no caso, filosofia e sociologia), mas o principal, pelo menos naquele momento, era mesmo o material (textos e exercícios) que eu disponibilizava para os meus alunos. O nome do site já era Filônet mas ainda não havia registrado a marca ou o domínio filonet.pro.br.
Para minha surpresa, pouco tempo depois, comecei a receber e-mails de estudantes e curiosos que sequer moravam no Rio de Janeiro. Abri uma seção destinada a tirar dúvidas e ai o site não parou de crescer. No entanto, sempre procurei manter um aspecto leve e divertido em todas seções que compõem o Filônet até hoje. Sei que fazer filosofia não é uma atividade corriqueira para a maioria das pessoas e a única forma que encontrei para atrair a atenção do público internauta é oferecer um material dinâmico e interessante visto a partir de uma ótica bastante peculiar que a do filósofo.

Ademir: Achei interessante a página do seu site "Os Quadrinhos e a Mitologia", poderia fazer um comentário sobre a mesma?

Emmanuel: Eu sempre fui um fã incondicional de quadrinhos. Praticamente aprendi a ler com eles. Estimulado pelo sucesso da seção sobre mitologia grega do site, resolvi investir nessa união. Desse modo, acredito ter conseguido chamar a atenção daqueles que, como eu, gostam dos gibis mas que, no entanto, nunca foram capazes de perceber o quanto suas histórias e personagens devem aos mitos antigos. Parece que deu certo.

Ademir: Na sua opinião, qual foi o melhor filme épico dos últimos tempos, e por quê?

Emmanuel: Eu poderia falar de Ben-Hur, Helena de Tróia (da dec. de 50) ou de muitos outros. Mas, por incrível que pareça, ainda aposto as minhas fichas na trilogia “Senhor dos Anéis”, uma adaptação primorosa da obra de J.R.R. Tolkien. A atuação dos atores está impecável e, sobretudo, a grandiosidade dos efeitos especiais não conseguiu abafar sequer os conflitos pessoais de cada personagem — diga-se de passagem, indispensáveis à compreensão da trama. Acho que é o melhor que alguém poderia chegar de um livro tão difícil e com tantos fanáticos...

Ademir: Como é essa interação Professor X Aluno no Filônet?

Emmanuel: Uma das primeiras seções a serem criadas no site, como já havia falado, foi a seção “Pergunte ao Mestre”. Ela é uma parte essencial de todo projeto, pois permite aos visitantes (alunos presenciais ou não) tirarem as suas dúvidas de Filosofia. Recebo em média 20 e-mails por dia só de dúvidas e respondo a maioria em vinte e quatro horas. Sempre que possível, procuro não ser definitivo nas respostas: levanto questões, sugiro leituras, outros sites, discuto. Alguns são verdadeiros fanáticos e me enviam questões quase que diariamente. Além disso, são centenas de e-mails com sugestões, reclamações e etc. Pretendo em breve disponibilizar parte desse material de discussão realizado via e-mail no Filônet.

Ademir: Quando você pretende disponibilizar as fichas dos Deuses da Mitologia africana, egípcia, inglesa e outras?

Emmanuel: Essa é a pergunta que mais ouço ultimamente... Esse material já em processo de finalização. Estou contratando dois estagiários neste mês (outubro) para acelerar o processo de digitação e uploads de arquivos. No, entanto, ainda prefiro ir devagar, ter um material confiável e de qualidade não é nada fácil e não pretendo pôr no ar informações desencontradas e de fontes duvidosas. Sou muito chato com o design e pior ainda com o conteúdo, mas os visitantes do Filônet conseguem, muitas vezes me superar. Para ter uma idéia, um deles chegou a enviar um e-mail lembrando-me que candomblé não é a mesma coisa que umbanda. É mole?

Ademir: Como foi a idéia de criar a seção "A Morte dos Filósofos"?

Emmanuel: Costumo dizer que todo artifício — contanto que não envolva pornografia — é válido se o seu objetivo for educar. Chamar a atenção para temas filosóficos é extremamente difícil se considerar a faixa etária que costumo trabalhar (entre 13 e 19 anos). Poucos estão interessados em saber quem foi fulano ou sicrano, mas todos sabem igualmente que esses caras, em sua maioria, já estão mortos! A partir de uma brincadeira em sala de aula, percebi que falar de como os filósofos morreram poderia facilitar o meu trabalho de fazê-los pensar e discutir as suas idéias. Transpor essa idéia para a web foi uma de minhas experiências mais gratificantes. O visitante pára, escolhe um nome, dá boas gargalhadas, mas encontra também alguma informação. A curiosidade faz o resto.

Ademir: Qual o seu filósofo preferido, e por quê?

Emmanuel: Os meus alunos acham que é Nietzsche, mas não é verdade. Sempre procurei ser o mais imparcial possível em sala de aula( e, conseqüentemente no site), pois sei das conseqüências ideológicas inerentes a toda doutrina filosófica. Fiz faculdade de filosofia e fui obrigado a ler uma grande quantidade de autores chatos, mas nem por isso, pouco importantes. Eu acho fascinante o pensamento por si mesmo, seja qual for a forma assumida nas mãos de um ou outro filósofo. Se vou concordar ou não com suas considerações, bem, esse é o exercício filosófico em sua forma mais pura.

Ademir: Alguém o ajuda na manutenção do Filônet?

Emmanuel: Sou o responsável técnico e de conteúdo de todo o site. Faço isso com muito prazer e orgulho. Nunca pensei em poder contratar uma equipe para fazer esse trabalho, por outro lado, o volume de trabalho vem crescendo e, em breve, estará muito além das minhas possibilidades. Como as parcerias com alguns sites de e-commerce da web está dando certo, estarei contratando dois rapazes para me ajudar na parte mais “braçal” do processo. Estarei também entrando em contato com professores e estudantes de filosofia que queiram divulgar seus trabalhos e, até dezembro, novas seções nesse sentido surgirão.

Ademir: O que você acha da trilogia "Matrix"?

Emmanuel: The Matrix pode não ter sido a minha primeira experiência verdadeiramente filosófica com um filme de ficção, mas, sem sombra de dúvida, foi a mais marcante. Sou um crítico chato de cinema, mas vejo um pouco de tudo. Não havia assistido, no entanto, algo tão promissor. Platão, Descartes, mitologia, literatura, está tudo lá. O grande problema é a indústria do cinema, sabe como é... O dinheiro é uma coisa terrível, meu amigo... Não tenho dúvidas que os geniais irmãos Wachowski, roteiristas do filme, se deixaram levar pelo sucesso do primeiro filme e pelo gordo orçamento do segundo e terceiro. O que público ganhou em efeitos especiais, perdeu, na mesma medida, em conteúdo. Mas não fico de todo chateado, pois talvez assim eles tenham conseguido concretizar o que ainda acredito ser o seu principal objetivo: fazer com que todos vejam o primeiro.[risos]

Ademir: Mais uma vez agradeço por ceder essa preciosa entrevista. Um forte abraço, Emmanuel Fraga.

Emmanuel: O prazer foi todo meu. Obrigado pela oportunidade. 

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*Você poderá adicionar essa entrevista em seu site, desde que insira os devidos créditos: Entrevistador e Administrador do http://www.cranik.com : Ademir Pascale Cardoso
Entrevistado: Emmanuel Fraga
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