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"O VERDADEIRO PAI DE FRANKENSTEIN" 
por Ademir Pascale - Crítico de Cinema e Editor do Portal Cranik - ademir@cranik.com
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FRANKENSTEIN (FRANKENSTEIN)
Hefesto acorrentando Prometeu (1623) em tela de Dirck van Baburen

 

NO INÍCIO ERA PROMETEU

Poderemos comparar o Dr. Victor Frankenstein ao titã grego, Prometeu. - Prometeu apoderou-se do fogo divino de Zeus, outorgando aos homens comuns a evolução perante aos outros animais e, assim como o ser supremo, também gozava da criação humana. – Furioso, devido ao roubo do fogo divino, Zeus castigou Prometeu e o acorrentou ao cume do monte Cáucaso, dando livre arbítrio para um terrível abutre dilacerar o seu fígado que, sempre se regenerava, devido a sua imortalidade. Zeus pronunciou o castigo a Prometeu por 30.000 anos, mas, o condenado foi libertado por Hércules que, deixou em seu lugar, o deus da medicina, o centauro Quíron, pois este já estava condenado devido a uma ferida eterna causada por uma flecha terrivelmente envenenada.

Em uma atitude nobre, Quíron transfere sua imortalidade pela libertação de Prometeu, com a intenção de acabar com o seu sofrimento devido a dor da ferida eterna que possuía.

Mary Wollstonecraft Shelley (1797-1851) a autora(?) da obra "Frankenstein", inspirou-se na lenda de Prometeu - o título da obra era Frankenstein ou O Moderno Prometeu. - Levantei uma conjectura demais interessante: E se Mary Shelley não for a real autora, criadora da obra "Frankenstein"?. Acredito veemente nesta idéia, deveras aceitável. Analisando o conteúdo da obra "Frankenstein" e ligando alguns fatos interessantes, tive autoridade de declarar tais idéias - mirabolantes?
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FRANKENSTEIN (FRANKENSTEIN)
Frankenstein S'Est Échappé (The Curse Of Frankenstein) (1957)

VAMOS AOS FATOS.

Antes de apresentar os fatos, gostaria de fazer um breve comentário a respeito do poeta inglês, Percy Bysshe Shelley (1792-1822). - Percy era casado com Harriet Westbrook e, ao mesmo tempo, namorado de Mary Wollstonecraft. Um triste dia, Harriet descobriu a traição e, claro, não aceitou. Impulsivamente, ou quem sabe, num gesto de desespero, Percy abandona a esposa gestante e foge com Mary para o continente. Dois anos depois do ocorrido, mas precisamente em 1816, Harriet ainda não conformada com a traição, suicida-se e, sabendo da tragédia, Percy não perde tempo e se casa com Mary.

PRIMEIRO INTERESSANTE FATO: Na trama de "Frankenstein", o pai da horrenda criatura, Victor Frankenstein, era ridicularizado pelos mestres de sua universidade, devido ao grande interesse pela Alquimia, considerada ultrapassada em sua época. O poeta Percy, esposo de Mary, foi expulso da faculdade de Oxford depois de publicar um panfleto sobre a necessidade do ateísmo (doutrina dos ateus. Falta de crença em Deus). Percy arruinou sua carreira acadêmica, mas defendeu suas idéias.

Note a semelhança neste fato entre Victor Frankenstein e Percy Bysshe Shelley. O ateísmo - a falta de crença em Deus também é outro fator "quase" que determinante em minha conjectura... mas continuemos.

SEGUNDO INTERESSANTE FATO: O suicídio da primeira esposa do poeta Percy, Harriet. - Quando amamos alguém que se vai, não pensamos na eternidade da vida humana e, às vezes, não ficamos descrentes no ser supremo? Na obra "Frankenstein", Victor Frankenstein não teve a terrível idéia de dar vida a um ser inanimado, depois da morte de sua mãe?

TERCEIRO INTERESSANTE FATO: Percy tinha idéias não convencionais. Uma grande prova deste fato, é a admiração pelo autor William Godwin (1756-1836), também possuidor de idéias não convencionais e pai de sua segunda esposa, Mary, além de ter sido expulso da universidade por defender o ateísmo, idéia que ia contra os conceitos da universidade de Oxford. - Para a época, a obra "Frankenstein", não seria uma obra não convencional?

QUARTO INTERESSANTE FATO: A autora Mary Shelley escreveu cerca de trinta obras, mas, somente sua primeira “Frankenstein”, fez o estrondoso sucesso.

QUINTO E ÚLTIMO INTERESSANTE FATO: Percy morre aos 29 anos por afogamento em julho de 1822. Sua esposa Mary Shelley passou a se responsabilizar pela publicação de suas obras.
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MINHAS CONCLUSÕES: Por favor, leia novamente os fatos acima e, reflita: Não seria Percy Bysshe Shelley o real autor da obra "Frankenstein"? A primeira publicação de apenas 500 exemplares, foi publicada em 01 de janeiro de 1818 em uma pequena editora de Londres e, grande detalhe, a obra não continha o nome do autor. *O prefácio da obra foi redigido pelo próprio Percy B. Shelley.

Um ano depois da morte de Percy, em 1823, a segunda edição de Frankenstein é publicada, mas desta vez, com o nome da autora, Mary Shelley.

Não seria o verdadeiro pai da criatura, do desfigurado ser infernal, Percy B. Shelley? Liguei estes fatos ao pesquisar a vida do poeta Percy, da escritora Mary Shelley e do anarquista filosófico, William Godwin (pai de Mary Shelley). As ligações da obra "Frankenstein" com a vida real de Percy B. Shelley, são imensuráveis. - Não existiu o desprendimento do autor com a obra, o qual relatou suas idéias pessoais e íntimas em relação ao ateísmo e em trazer a vida aos falecidos, além do marcante fato de sua expulsão na universidade de Oxford, bater com o terrível tratamento dado pelos professores em relação as idéias sobre alquimia da personagem “Victor Frankenstein”. Dificilmente eu acreditaria que fosse Mary Shelley a autora da obra "Frankenstein" depois de correlacionar tais fatos, mas saliento que não deixam de ser conjecturas. Importantes e estarrecedoras conjecturas... – Não seria as personagens Victor Frankenstein e a própria criatura o alterego de Percy B. Shelley? Será que não se sentira culpado pelo suicídio de sua primeira esposa, Harriet, comprovando a criação do criador e criatura como uma metáfora? Note que, na obra, o monstro sempre está próximo ao seu criador, mas, por mais que se esforçasse, o pai da besta nunca conseguia alcançá-lo. – Seria um sentimento profundo de culpa que Percy sentia pela morte de sua ex-esposa, algo irrevogável e inalcançável, pois ela jamais retornaria a vida.

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FRANKENSTEIN (FRANKENSTEIN)  FRANKENSTEIN (FRANKENSTEIN)
     Mary Shelley (1797-1851)           Percy Bysshe Shelley (1792-1822)

FRANKENSTEIN OU APENAS “CRIATURA”?

Sim, apenas criatura. Este era um dos nomes do monstro, ou se preferir: demônio, ser infernal ou simplesmente, desgraçado. Frankenstein era o sobrenome de seu criador, Victor Frankenstein. O autor da obra não deu nome a criatura. – Talvez o fato de soar estranhamente o nome “criatura”, deu-se o sobrenome do criador e, nada mais justo dar o sobrenome do pai ao filho. O nome Frankenstein, originou-se de uma importante família da Silésia. - Importante porque se deu o nome "Frankenstein" a uma antiga cidade hoje chamada de Zabkowice Slaskie (a Silésia é uma região histórica dividida entre a Polônia, República Checa e a Alemanha). – Dizem que Mary Shelley conheceu a família “Frankenstein” em uma de suas viagens, mas, provavelmente, Percy B. Shelley a acompanhava.

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FRANKENSTEIN (FRANKENSTEIN)
O momento do nascimento da criatura de Victor Frankenstein.

AS ADAPTAÇÕES DA OBRA FRANKENSTEIN.

Frankenstein está entre as primeiras obras góticas da história. - A primeira foi em 1764 "O Castelo de Otranto" de Horace Walpole (1717-1797). A obra “Frankenstein” é estruturada em romance epistolar, o realismo da história é indescritível e, deveras emocionante. Além da inspiração da lenda de Prometeu, o autor da obra “Frankenstein” também foi inspirado pela obra do autor e representante do classicismo inglês, John Milton (1608-1674). A obra é intitulada “Paradise Lost”. - Sua segunda obra foi intitulada de "Paraíso Reconquistado", dando seqüência ao primeiro livro.

Trecho de Paradise Lost, traduzido por Antônio José de Lima Leitão (1787-1856).

(...)
“Inferno! Inferno! Que painel terrível
Meus olhos miserandos presenciam!
Em nossa estância habitam criaturas
De outro molde, talvez de terra feitas,
Que, não sendo anjos, só diferem pouco
Dos celestes espíritos brilhantes.
Os meus maravilhados pensamentos
Nelas se engolfam todos: té me sinto
Propenso a amá-las, — tanto lhes fulgura
A semelhança divinal no porte,
E tantas graças nos gentis semblantes
A mão que as construiu pródiga esparze!
Ah! par formoso! Mal agora pensas
Na mudança que perto já te assalta:
Esses prazeres todos vão sumir-se,
E desgraça tremenda lhes sucede
Tanto mais crua quanto sentes hoje
Alegria maior nos seios d’alma.
És feliz, mas durar assim não podes
Porque bem defender-te o Céu não soube; (...)

A obra “Frankenstein” é deveras trabalhada e inspiradora, mas, para alguns, com falhas. – Victor Frankenstein junta pedaços humanos e os molda, tentando reconstituir a sua maneira a figura de um ser humano, mas, ao final do processo, após tortuosos estudos, noites em claro e alterações em sua saúde, decorridos ao excesso de trabalho, o ser inanimado torna-se animado e, assim como Percy B. Shelley abandona a esposa gestante, Victor abandona sua obra, ou se preferir, criatura. – Alguns dizem: Como pode após tanto esforço, Victor abandonar sua criatura simplesmente porque não tinha uma bela feição, sendo que, foi ele mesmo que o moldou?. – Agora digo: Quando trabalho em uma obra, já inicio com o pensamento de que seja bela, bem trabalhada e redigida, mas, nem sempre isso de fato ocorre. Quando termino a obra e a releio, algumas vezes percebo que errei em algo, encontro incoerências e erros dos quais, é melhor voltar ao início e prontamente, partir da estaca zero, aproveitar algo da incoerente obra, jogá-la fora e apressar-me a redigir outra. – Ora, não foi isso que Victor Frankenstein, fez? Criou sua obra sem perceber os erros que estava cometendo e, quando estava finalmente concluída, ao contemplá-la, percebe o erro e a abandona, digamos que, até de forma infantil e irresponsável, pois ele abandona uma vida humana, e não uma obra inanimada.

Mas este erro, claro, é do autor da obra, quem sabe de alguém que defendia a unhas e dentes o ateísmo, como nosso conhecido poeta, Percy B. Shelley?

Frankenstein foi inicialmente alterado nas telas do cinema como um ser não tão “pensante”, ao contrário da filosófica criatura da obra de Mary Shelley ou Percy B. Shelley, que é culto e rápido como o relâmpago, “bem” diferente do conhecido Frankenstein do mundo da sétima arte, se bem que, alguns diretores tentaram posteriormente modificá-lo, e, hoje poderemos notar várias adaptações e, até cômicas, como no longa-metragem de 1974 “O Jovem Frankenstein” (Young Frankenstein / 104 min. / 20th Century Fox Film Corporation).

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Alguns dos cartazes de filmes e capas de livros de Frankenstein.

Os leitores também se deleitavam com as adaptações de Frankenstein em quadrinhos - , muitas das vezes herói, outras vilão.

O teatro também adaptou a obra e, foi o primeiro a gozar de tal feito. Por fim, notamos adaptações de Frankenstein até em jogos futuristas para modernos videogames.

Frankenstein jamais morrerá, assim como os imortais deuses da mitologia, infelizmente, para desespero de Victor Frankenstein, que perdeu a vida tentando destruir o monstro.

ALGUNS POSSÍVEIS DERIVADOS DA CRIATURA DE FRANKENSTEIN:

- O Incrível Hulk
- Edwards mãos de tesoura
- A Noiva Cadáver
- Hell Boy
- Monstro do Pântano
- O Médico e o Monstro

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Antigos cartazes de “Frankenstein”.

Nota: Devemos temer o anormal e o estranho? Afinal, o que é ser normal? É seguir um padrão? Será que nos importamos mais com o visual do que com o conteúdo? Se Frankenstein fosse compreendido pelos humanos, a obra teria um trágico final? Se na vida real, compreendermos o que está fora dos nossos padrões visuais, a vida humana não seria mais harmoniosa?
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Crítico: Ademir Pascale é ativista cultural, crítico de cinema, Editor e criador do portal Cranik www.cranik.com e do projeto de inclusão social e cultural "Vá ao cinema!". Contatos para matérias em Jornais, Sites ou Revistas, e-mail: ademir@cranik.com

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