CRÍTICA: AS TORRES GÊMEAS - Depois do jejum
quebrado por Vôo 93 e As Torres Gêmeas (World Trade
Center) podemos aguardar que não faltará
oportunidade de ver filmes que retratam o ocorrido
no dia 11/09/01. Motivo os americanos tem de sobra,
já que foram pegos desprevenidos e se tornaram alvo
de um dos maiores ataques aéreos. Morreram 2.749
pessoas, e 20 foram resgatadas dos escombros do World Trade Center com vida. Oliver Stone resolveu
falar sobre duas delas.
Os policiais Will Jimeno (Michael Penã) e John Mc
Loughlin (Nicolas Cage) estavam entre as torres 1 e
2, quando foram soterrados pelos prédios que se
desintegravam. O que vemos na tela nos próximos 90
minutos, após esta cena, é como os dois policiais
fizeram para sobreviver.
Não é tão impactante como os minutos finais de Vôo
93, e nem tão chato como o resto do filme de Paul Greegrass. Stone fez um filme patriótico, exaltando
os feitos dos que tentaram salvar os civis da morte.
Digo "tentaram" porque os policiais nada fizeram -
segundo mostra o filme - e se tornaram heróis.
Parece cruel dito assim, mas os heróis de Oliver
Stone não se aproximam - e nem é o caso de se
comparar, embora eu indisciplinadamente faça, já que
a situação era diferente - dos passageiros
retratados no Vôo 93.
Se pensarmos na situação dramática em que ambos
estavam, somos tentados a preferir os passageiros do
vôo que caiu de bico num terreno qualquer. Greengras
fez um filme universal sobre duas culturas
diferentes que se chocam por motivos parecidos:
todos querem ser livres. E imprimiu uma veracidade
louvável nos minutos finais. Se não fosse a chatice
da primeira hora, Vôo 93 seria superior que As
Torres Gêmeas.
Porém um complementa o outro. O filme de Stone é
envolvente - as dezenas de cenas na base aérea,
tornam Vôo 93 entediante -, os velhos clichês da
família americana aparecem como modelo de felicidade
e a união dos americanos como modelo a ser seguido.
Tendencioso, diria um amigo no final da sessão.
Qualquer pessoa que se interesse por cinema não
poderá ignorar As Torres Gêmeas. Até porque Oliver
Stone, já realizou Platoon (1986), JFK (1991) e
Nixon (1995). Vá despretensiosamente e não se
espante, se no final restar aquele gostinho de filme
"blosckbuster".